A varejista de móveis e eletrodomésticos Romera, com sede em Arapongas, no Norte do Paraná, entrou com pedido de recuperação judicial após acumular dívidas de R$ 130 milhões. O pedido foi protocolado no dia 2 de maio na 2.ª Vara de Arapongas e foi feito pelo novo dono da empresa, o empresário Walter Nicolau Filho, que adquiriu em março o negócio fundado pela família Romera.
A Romera é a nona maior varejista de eletromóveis do país, segundo ranking da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). Ela chegou a faturar mais de R$ 1 bilhão em 2013 e ter 220 lojas em diversos estados brasileiros e 4 mil funcionários diretos. Mas uma crise de gestão e do próprio setor de varejo fez com que a empresa acumulasse dívidas e prejuízos. Ela também fechou lojas e demitiu funcionários.
Atualmente, a rede fatura R$ 580 milhões e possui dívida de R$ 130 milhões distribuída entre fornecedores (90%), bancos (7%) e funcionários (3%). O prejuízo registrado em 2017 foi de R$ 40 milhões. Sobraram 160 lojas distribuídas nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Rondônia e Pará e 2,3 mil funcionários diretos.
Novo dono
A Romera acabou sendo vendida há cerca de dois meses para o empresário Walter Nicolau Filho, que contratou a empresa Corporate Consulting para auxiliar no processo de recuperação judicial e, depois, na reestruturação da empresa. O objetivo do empresário é renegociar as dívidas da companhia dentro da recuperação judicial e depois recuperar e reestruturar o negócio.
“Após uma profunda e minuciosa avaliação do caixa e operações junto com a Corporate Consulting, foi constatado que o foco [da Romera] estava voltado mais em faturamento do que em rentabilidade, modelo que deixou de funcionar quando o mercado desaqueceu”, explica Nicolau Filho em nota. “Acreditamos na plena recuperação da empresa. Hoje, 72% das compras da Romera são feitas por clientes antigos, uma taxa de fidelização muito alta, o que mostra um posicionamento importante perante o mercado varejista”, completa.
Perspectivas de reestruturação
Luis Alberto Paiva, presidente da Corporate Consulting, afirma que o objetivo é captar até R$ 80 milhões para investir no negócio após a recuperação judicial, processo que pode durar de 12 a 24 meses, segundo projeções da consultoria. “Com a recuperação judicial esperamos garantir um plano de turnaround em que possamos estruturar aportes de até R$ 80 milhões que viabilizarão as operações e [nos ajudarão a] focar em produtividade e margens”, explicou em nota.
O pedido de recuperação judicial ainda está sendo analisado pelo juízo da 2.ª Vara de Arapongas.
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