Aconteceu, no último sábado (11), o Single’s Day, data em que chineses celebram o dia dos solteiros e que, desde 2009, também comporta uma série de descontos e promoções no varejo do país. Essa faceta comercial foi criada pelo Alibaba, uma gigante do varejo, e demonstra a força do comércio do país: em 2017, mais uma vez recordes, que já eram enormes, foram quebrados.
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Ao todo, o Alibaba registrou um GMV de US$ 25,3 bilhões. O termo, uma abreviação de gross merchandise volume (“volume bruto de mercadorias” em português), refere-se ao volume total de vendas, em dólares, para mercadorias vendidas através de um marketplace dentro de um intervalo definido. Na China, as principais plataformas do Alibaba são a loja virtual Tmall e o marketplace Taobao.
A título comparativo, em 2016 a Black Friday norte-americana, num ano de quebra de recorde, vendeu US$ 3,3 bilhões, e a Cyber Monday, que acontece na segunda-feira imediatamente após a Black Friday e fica restrita a lojas virtuais, US$ 3,5 bilhões. No Brasil, de acordo com o Ebit, as vendas em 2016 foram de R$ 1,9 bilhão.
O GMV registrado no último sábado foi 39% maior que o de 2016, quando foram registrados US$ 17,8 bilhões em vendas. O crescimento foi menor que os vistos no período entre 2013 e 2015, quando girava em torno de 60% ao ano, mas representa aumento em relação ao registrado entre 2015 e 2016, quando foi de 32%.
O recorde em vendas, quebrado em apenas 11 horas das 24 do Single’s Day, veio acompanhado de outros números enormes. Chamaram a atenção, também, a quantidade de marcas e comerciantes participantes (140 mil, sendo 60 mil de fora da China), o volume de 1,48 bilhão de pagamentos (no pico, foram 256 mil por segundo) e o fato de que 90% das compras terem sido feitas via smartphones.
Além do Alibaba
O Single’s Day como evento de consumo é uma criação do Alibaba, mas não é sua exclusividade. Pela primeira vez a JD.com, rival doméstica do Alibaba, abriu números da sua versão da data.
A diferença é que o número da JD.com contabiliza o “período do Single’s Day”, que compreende o intervalo de 1º ao 12 de novembro. Nele, em 2017, a JD.com vendeu US$ 19,1 bilhões. Isso indica que, embora não esteja sozinho, o Alibaba atua em outro nível no mercado chinês e global.
De acordo com o blog TechCrunch, o modo de operação do JD.com lembra mais o da Amazon, ao passo que o do Alibaba confia em marketplaces distintos para alcançar os consumidores. O valor de mercado das duas também é bastante distinto. Listada na Bolsa de Nova York, o Alibaba está avaliado em US$ 477 bilhões. Já a JD.com, na Nasdaq, tem valor de mercado de US$ 57 bilhões.