Depois de 45 anos chamando seus produtos de Stival e, mais recentemente, de Stivali, ambos os nomes em referência ao sobrenome da família fundadora do negócio, a Stival Alimentos se rendeu ao sucesso do Caldo Bom. A indústria paranaense aposentou a marca Stivali e passou a chamar todos os seus produtos de Caldo Bom. Uma mudança estratégica para a empresa finalizar o seu plano de expansão, que inclui ganhar espaço na região Sudeste.
A indústria, que tem sede em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), retirou a marca Stivali do mercado no fim do ano passado. A empresa percebeu que o nome Caldo Bom, lançado em 1980 e que por um bom tempo esteve restrito à linha de feijão, era mais conhecido pelos consumidores do que os produtos Stivali. Tanto que o feijão Caldo Bom é, há oito anos consecutivos, líder em vendas na região Sul, segundo pesquisa da Nielsen/Abras.
Uma decisão tomada de maneira natural, mesmo em se tratando de uma referência ao sobrenome da família, afirma o presidente da empresa, Alexandre Stival, filho do fundador da companhia, Antônio Stival. “A gente já tinha feito algumas pesquisas de mercado que apontavam a preferência do consumidor pela Caldo Bom. E precisávamos adotar um novo modelo de padronização dos produtos para continuar com nosso objetivo de nacionalização.”
O nome Caldo Bom surgiu nove anos após a fundação da empresa, que aconteceu em 1971. A indústria, que na época tinha sede em Santa Felicidade e atuava somente com cereais, decidiu ampliar os seus negócios e passou a atuar com feijão. Mas faltava um nome para a nova empreitada.
A ideia surgiu a partir da observação de um vendedor de plásticos. “Se vocês vão lançar feijão, ele tem que ter caldo bom”, foi a brincadeira feita pelo fornecedor. As palavras caldo bom ficaram na cabeça de Antônio Stival, na época à frente dos negócios, que gostou tanto da combinação que resolveu adotá-la como nome para a nova linha da empresa.
Nacionalização
Agora, desde o início do segundo semestre deste ano, todos os 380 produtos da Stival Alimentos passaram a ter a marca Caldo Bom. As embalagens também foram remodeladas e lançadas em uma versão mais limpa, com as cores predominantes da empresa (amarelo e marrom) e com o nome Caldo Bom em destaque, acompanhado de um coração. Tudo para dar padronização aos produtos da empresa, sob a marca mais forte do negócio.
Essa padronização é importante para a empresa atingir seu objetivo de nacionalização. A Stival já vende no Sudeste e em parte do Centro-Oeste desde 2011, mas Matheus Stival, diretor de operações, confessa que a participação ainda é pequena. “A crise também nos atrapalhou, já que os supermercados do Sudeste ficaram mais receosos em comprar uma marca pouco conhecido pelo consumidor”, conta o diretor, que é neto do fundador.
Expansão
Antes do reposicionamento da marca, a Stival Alimentos reformou e ampliou a sua fábrica em Campo Largo e construiu um novo Centro de Distribuição (CD), próximo da planta industrial. A fábrica passou a ter capacidade produtiva total de 7 mil toneladas por mês e o CD capacidade de estocagem e distribuição de 22 milhões de quilos por anos.
A empresa também lançou novos produtos no mercado, como a Linha Cup, que tem desde bolo feito em copo até as tradicionais sopas de copinhos. São, no total, 15 linhas e 380 produtos, entre feijão, arroz, polenta, purê e acompanhamentos.
Os investimentos na fábrica e no Centro de Distribuição, somados ao reposicionamento da marca, ficaram entre R$ 8 milhões e R$ 9 milhões. A empresa espera ter o retorno desse investimento no médio prazo, impulsionado por um aumento das vendas, principalmente, no Sudeste e Centro-Oeste.
A Stival Alimentou faturou R$ 140 milhões do ano passado e esperar crescer 19% neste ano. A indústria tem 350 funcionários diretos e gera 100 empregos indiretos.
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