Fachada de uma loja da T-Mobile.| Foto: Mike Mozart/Flickr

A T-Mobile acertou neste domingo (29) a compra da Sprint em um acordo de US$ 26 bilhões que vai combinar a terceira e quarta maiores operadoras de telefonia móvel dos Estados Unidos e deverá atrair escrutínio regulatório sobre seu impacto nos consumidores.

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O acordo encerra quatro anos de negociações entre as empresas, preparando o terreno para a criação de uma operadora com 127 milhões de clientes, que será um concorrente mais forte para as operadoras de telefonia móvel que ocupam a primeira e segunda posição: a Verizon e a AT&T.

Os reguladores dos EUA, que questionaram no tribunal o acordo de US$ 85 bilhões da AT&T para comprar a empresa de mídia Time Warner, devem pressionar a Sprint e a T-Mobile sobre como eles vão avaliar suas ofertas wireless combinadas.

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O avanço nas negociações das empresas, divulgado pela Reuters na quinta-feira (26), ocorreu depois que a Deutsche Telekom AG, maior acionista da T-Mobile, e o grupo SoftBank, que controla a Sprint, concordaram com uma estrutura que permitirá à Deutsche Telekom continuar a consolidar a companhia combinada, que terá um valor de mercado de mais de US$ 80 bilhões.

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A Deutsche Telekom terá 42% da empresa combinada e controlará a diretoria, indicando nove dos 14 integrantes.

A avaliação de ações da Sprint é de US$ 6,62 por ação com base no preço de fechamento da ação da T-Mobile na sexta-feira (27).

A transação de todas as ações tem uma relação de troca fixa de 0,10256 ações da T-Mobile para cada ação da Sprint, ou o equivalente a 9,75 ações da Sprint para cada ação da T-Mobile.

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A primeira rodada de conversas entre Sprint e da T-Mobile terminou sem sucesso em 2014, depois que o governo do ex-presidente dos EUA Barack Obama expressou preocupações antitruste sobre o acordo.

Sob a administração do presidente Donald Trump, os reguladores continuaram a se preocupar com os preços ao consumidor.

O governo dos EUA abriu uma investigação sobre a suposta coordenação da AT&T, da Verizon e de uma organização de padrões de telecomunicações para impedir que os consumidores mudem facilmente de operadoras sem fio, disse uma pessoa informada sobre o assunto no início de abril.

A segunda rodada de negociações entre a Sprint e a T-Mobile terminou em novembro em razão de desacordos de avaliação, embora Tim Hoettges, CEO da Deutsche Telekom, tenha deixado a porta aberta na ocasião, dizendo: “Você sempre se encontra duas vezes na vida”.

Desde então, as ações da Sprint perderam cerca de um quinto de seu valor em meio a questões sobre como a empresa pode competir efetivamente sob o peso de sua dívida de longo prazo, de mais de US$ 32 bilhões.

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A falta de um acordo em novembro passado deixou o diretor-presidente do SoftBank, Masayoshi Son, um negociador que arrecadou cerca de US$ 100 bilhões para seu Vision Fund investir em empresas de tecnologia, em busca de outras opções para a Sprint.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]