A startup Inkless, criada por alunos da Universidade Técnica de Delft, da Holanda, está mais próxima de desenvolver uma impressora sem tinta para uso comercial. A empresa conseguiu um aporte de € 1 milhão liderado por um grupo de investidores-anjos e com isso dará início a próxima etapa de desenvolvimento do produto, que consiste em alcançar o desempenho necessário de qualidade e velocidade de impressão. Depois, a expectativa da startup é conseguir mais um aporte financeiro até o fim do ano para, então, produzir a primeira unidade da impressora.
A Inkless foi criada pelos estudantes de pós-graduação Venkatesh Chandrasekar e Arnaud van der Veen, dentro da Universidade Técnica de Delft. Eles projetaram uma impressora em preto e branco que dispensa o uso de tintas e toners. A impressão é feita usando os mesmos princípios da técnica da carbonização. Um raio laser infravermelho passa por um conjunto de lentes especiais e queima o papel, imprimindo pontos preto de carbono na folha.
A técnica desenvolvida por eles consegue fazer essa “carbonização” na medida e na temperatura certas para evitar que o papel queime. Ela também garante, segundos os fundadores, uma qualidade e cor de impressão semelhante ao das impressoras tradicionais, que usam tinta ou toner para imprimir. O ponto negativo, porém, é que a nova tecnologia permite imprimir somente em preto e branco.
Público-alvo
Até por isso, os fundadores afirmam que o objetivo inicial do produto é atingir o mercado de impressão de código de barras e de etiquetas comerciais/industriais. “A impressão de códigos de barras, prazos de validade e códigos de produtos em embalagens e nos rótulos formará o mercado ideal para nós começarmos. Isso ocorre porque esse mercado está sendo dominado pela impressão em preto e branco e também porque este mercado vai lucrar muito com o crescimento do varejo online. Mais e mais pacotes estão sendo enviados e todos eles devem ser despachados contendo texto impresso e códigos de barras”, afirma o cofundador Arnaud van der Veen, em nota à imprensa.
Depois, a empresa sonha em ampliar o uso do produto e, quem sabe, até vendê-lo para o consumidor final. O grande chamariz, afirmam os fundadores, está em oferecer aos clientes uma impressora mais barata, que não precisa ser recarregada e que é sustentável, já que o produto dispensa o uso dos cartuchos. Eles, porém, ainda não falam em preço, nem no custo de desenvolvimento da tecnologia.
“Eu sempre comparo isso com a transição da câmera analógica para a digital. De repente, as pessoas puderam fazer fotos ilimitadas e não foi mais preciso substituir os filmes. Da mesma forma, com nossas soluções de impressão, não será mais necessário reabastecer ou substituir tintas e toners”, afirma Van der Veen. A startup conta com oito pessoas e está incubada na aceleradora Yes! Delft.
Etapas de produção
Apesar de um protótipo já ter sido feito, a Inkless ainda está na fase de desenvolvimento do produto. Agora, com o novo dinheiro em caixa, eles vão se concentrar no que chamam de “desempenho de impressão competitivo”. Essa etapa consiste em aperfeiçoar o produto e a tecnologia empregada para que a impressora alcance o desempenho necessário de qualidade e velocidade na hora da impressão. A primeira unidade da impressora a ser levada para o mercado só será construída depois de um novo aporte, que deve ser fechado no fim de 2018, segundo expectativa da própria empresa.
