Em depoimento ao juiz americano William Alsup, o ex-analista de segurança da Uber Richard Jacobs afirmou que a empresa mantém uma equipe com o único intuito de descobrir, vigiar e até roubar segredos industriais de concorrentes. O depoimento aconteceu na terça-feira (28), dentro do processo movido pela Waymo, controlada pela Alphabet, dona do Google, em que a empresa acusa a Uber de roubar sua tecnologia de navegação de carros autônomos.
O juiz Alsup convocou Jacobs a depor na terça-feira após descobrir que a Uber omitiu uma carta escrita há seis meses pelo advogado do funcionário a um advogado da Uber com detalhes importantes sobre o funcionamento do departamento de análise de mercados e sobre o caso com a Waymo. A Uber escondeu essa carta do processo e o juiz considerou o caso uma “obstrução de justiça”, convocando Jacobs a dar explicações.
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Segundo a agência Reuters, Jacobs afirmou ao juiz que o grupo de análise de mercados da Uber tinha como única função “adquirir segredos comerciais, base de código e inteligência competitiva” de concorrentes. Ele também afirmou que os funcionários eram treinados para “impedir, obstruir ou influenciar qualquer processo contra a Uber” e para não deixar rastros de suas ações.
Diante das alegações, o juiz adiou a audiência prevista para a próxima semana sobre o caso, dizendo, segundo a Reuters, que seria uma “grande injustiça” forçar a Waymo a ir ao tribunal imediatamente dada a nova evidência.
O processo
A Waymo processou a Uber em fevereiro deste ano, após acusar o aplicativo de transporte de roubar o sistema Lidar, uma tecnologia de navegação de carros autônomos desenvolvida pela Waymo.
Segundo a Waymo, Anthony Levandowski, ex-engenheiro da companhia, baixou 9,7 gigabytes de arquivos confidenciais sobre a tecnologia de navegação antes de sair do cargo para fundar a startup Otto. A startup, que passou a oferecer, segundo a Waymo, uma tecnologia igual ao sistema Lidar, foi comprada pela Uber meses depois.
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