Chrome funciona no Windows 10, mas não no Windows 10 S| Foto: /

Na última terça (2), a Microsoft anunciou uma nova versão do seu principal sistema chamada Windows 10 S. A principal diferença é que ela limita a instalação de aplicativos à Loja do Windows; instaladores baixados de sites, por exemplo, não funcionam. As implicações dessa mudança são grandes e o custo para se livrar delas, de US$ 49, cerca de R$ 155 na cotação atual.

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Com Windows 10 S e novo notebook, Microsoft tenta recuperar espaço perdido nas escolas

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A Loja do Windows é uma central de distribuição de aplicativos embutida no Windows 10. Por lá, só estão disponíveis apps submetidos à avaliação e homologados pela Microsoft. A vantagem é que esse processo impede que apps mal feitos, que consomem recursos do computador deixando-o lento e diminuindo a duração da bateria, sejam instalados pelo usuário. O lado negativo é que muitos apps populares ainda não estão disponíveis na Loja.

Uma categoria em especial carece de bons representantes: a dos navegadores web. O Chrome do Google, navegador mais popular no momento, não está listado na loja. Nem o Firefox, que nos desktops é o vice-líder atualmente.

Pesquisa por “Chrome” na Loja do Windows não retorna o navegador do Google 

Ainda que estivessem disponíveis (e só depende do Google e da Mozilla para isso acontecer), alguém que quisesse não poderia usá-los como navegador padrão. Esse posto é exclusivo do Edge, navegador da própria Microsoft que vem pré-instalado no Windows. Na página de perguntas e respostas do Windows 10 S, lê-se o seguinte:

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“Você pode baixar outro navegador que pode estar disponível na Windows Store, mas o Microsoft Edge continuará sendo padrão se, por exemplo, abrir um arquivo .htm.”

Ou seja, ao clicar em um link recebido por e-mail ou em um app de bate-papo, o navegador Edge abrirá, independentemente de outros que estiverem instalados.

De acordo com a StatCounter, o Edge, navegador da Microsoft, é usado em 3,72% dos computadores do mundo, atrás até do Internet Explorer, a quem substituiu no lançamento do Windows 10. Essa posição gera um cenário bem diferente do dos anos 1990, quando a Microsoft foi acusada de monopólio por embutir o Internet Explorer no Windows a fim de barrar a expansão do Netscape Navigator, então bastante popular.

Nada de Google também

A mensagem não termina ali. Em seguida, ela diz que “o provedor de pesquisa padrão no Microsoft Edge e no Internet Explorer não pode ser alterado.” Isso significa que o buscador padrão, aquele ativado ao escrever um termo na barra de endereços do Edge, será sempre o Bing.

Nos buscadores, o Google tem 97% do mercado brasileiro, enquanto o Bing, vice-líder, tem apenas 1,59%.

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Soluções

Uma saída para a questão do buscador padrão é definir o google.com como página inicial. Embora menos cômodo que digitar o termo a ser pesquisado diretamente na barra de endereços, isso deve agilizar um pouco as coisas.

No caso dos navegadores de terceiros, a solução para fugir das restrições do Windows 10 S é fazer a atualização para a versão Pro. Nas escolas, a mudança é gratuita para alunos e professores. Já no varejo, onde essa versão deve vir pré-instalada em alguns computadores como já acontece com o recém-anunciado Surface Laptop, da própria Microsoft, o consumidor terá que pagar US$ 49 para fazer a migração de versão.

Outra saída é comprar, de cara, computadores com o Windows 10 Home ou Pro, versões que não têm a limitação na instalação de apps presente no Windows 10 S.

Por enquanto, o Windows 10 S ainda não está disponível no mercado brasileiro.

Neavegadores e buscadores em outros sistemas

A ideia de limitar a instalação de aplicativos a um canal oficial não é nova. Ela surgiu em 2008, quando o iPhone ganhou a famosa App Store. Desde então, outros sistemas adotaram a prática, inclusive o Windows, porém nunca de forma obrigatória como é o caso do Windows 10 S.

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No macOS, sistema desktop da Apple, por padrão o sistema impede a instalação de apps fora da Mac App Store. Mas, lá, não custa nada mudar esse comportamento e tal mudança pode ser feita marcando uma opção nas configurações do sistema, sem muita burocracia. O sistema da Apple não limita a definição de navegadores de terceiros como padrão e oferece três opções de buscador nativo: DuckDuckGo, Bing e Google (padrão).

Configurações do macOS 

No iOS, sistema que move o iPhone, navegadores de terceiros podem ser usados, mas não dá para trocar o Safari por outro como padrão. Eles também usam obrigatoriamente o mesmo “motor” do Safari, uma restrição relevante no modo de funcionamento -- alguns navegadores adotam motores diferentes. Lá, a exemplo do macOS, há três opções de buscadores nativos.

O Android lembra o Windows clássico: há uma infinidade de navegadores disponíveis, que podem ser, inclusive, instalados por fora da Play Store, a loja oficial do Google, e eles podem ocupar o lugar do Chrome como navegador padrão do sistema.