Em cerimônia realizada na manhã desta terça (3) em sua fábrica em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, a Volkswagen anunciou um investimento de R$ 2 bilhões para modernização da planta e a confirmação do T-Cross, o primeiro SUV da marca produzido no país. O aporte é parte de um total de R$ 7 bilhões que a empresa se comprometeu, anteriormente, a investir no Brasil até 2020.
O T-Cross é o primeiro de uma série de novos SUV da marca que devem chegar ao Brasil. Ele começa a ser produzido no primeiro semestre de 2019. Segundo o CEO da Volkswagen do Brasil, Pablo Di Si, outros quatro veículos da categoria estarão no portfólio da montadora até 2020. As especificações mecânicas, como potência do motor, serão anunciadas em breve, segundo o CEO. “SUV é um dos segmentos que mais crescem no Brasil e nossa participação neste mercado nacional era zero. Agora, queremos mudar isso rapidamente”, afirma Di Si.
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Ao todo, somando os SUVs, a Volkswagen fará 20 novos lançamentos até 2020, sendo 13 deles produzidos no Brasil, dois na Argentina e cinco importados da Alemanha ou do México, no que a montadora considera a maior ofensiva de produtos de sua história no Brasil.
Três já foram lançados: o Novo Polo e o Virtus, produzido na fábrica de Anchieta (São José dos Campos), e a Amarok V6, trazida da Argentina. A montadora também vai importar do México, a partir deste mês de abril, o Novo Tiguan, o primeiro dos cinco modelos de SUVs a chegar ao Brasil. Para 2020, também deve ser trazido o SUV Tarek, importado da Argentina.
Investimentos para a fábrica
Dos R$ 2 bilhões anunciados para o T-Cross, R$ 600 milhões vão para desenvolver, testar e validar o produto. O restante, R$ 1,4 bilhão, será destinado para a ampliação e modernização da fábrica. Nos planos estão a compra de novas ferramentas para diferentes setores, como a de 239 robôs com tecnologia de ponta para a Armação, onde as peças são unidas formando as carrocerias, e outras 159 novas ferramentas para a Estamparia, responsável pela moldagem das peças.
A Montagem Final, etapa em que o carro recebe todos os componentes mecânicos e elétricos, passará por mudanças para atender a “Estratégia Modular MQB” no Fahrwerk, onde se unem a parte motriz (motor, transmissão e suspensão) do veículo com a carroceria.
A Estratégia MQB estabelece um padrão de produção para as fábricas do Grupo VW e já é aplicada em modelos globais como o Golf e o Passat. O modelo prevê, por exemplo, uma mesma sequência de montagem, diminuindo o tempo e aumentando a flexibilidade da produção. “Esse modelo de produção também oferece designs inovadores e customizados para os clientes da região”, completa Di Si.
Para Di Si, o momento representa a superação da crise do setor automobilístico, com a volta da confiança do consumidor e sinais de recuperação da economia brasileira. Só no primeiro trimestre de 2018, as vendas totais de automóveis e comerciais leves cresceram 14,7% em comparação ao mesmo período de 2017. A Volkswagen registrou resultados acima da média, com aumento de 31,7% no período. “Crescemos mais que o dobro do mercado e passamos para a segunda posição em participação de mercado, com cerca de 15%”, detalha o CEO.
Em termos de emprego, a montadora anunciou que deve diminuir gradualmente a utilização das ferramentas de flexibilização na produção, como o lay-off, PSE e férias coletivas. Atualmente, 321 funcionários estão em lay-off — quando há redução da jornada de trabalho devido a dificuldades da empresa — e, segundo o CEO, devem ser reabsorvidos até o final do ano. “A ideia é retornarmos a produção em um turno completo a partir de janeiro de 2019”, anuncia Di Si.
Inaugurada em 1999, a fábrica de São José dos Pinhas conta hoje com cerca de 2.600 funcionários e produz os modelos Fox, Golf, Audi A3 Sedan e Audi Q3. A empresa também possui fábricas em Anchieta, Taubaté e São Carlos, no estado de São Paulo.
Em 2017, a Volkswagen registrou crescimento de 19,1% nas vendas e 52,1% nas exportações, resultados acima da média do setor automotivo, que cresceu 9,4% e 48,2% em vendas exportações, respectivamente. No Brasil há 65 anos, a montadora alemã já produziu 23 milhões de veículos, tendo exportado 3,6 milhões.