A oferta de imóveis de locação continua baixa nas grandes cidades brasileiras, empurrando os aluguéis para cima.
Quando foram anunciadas no ano passado, as mudanças na lei do inquilinato, que facilitaram o despejo de maus pagadores, prometiam um novo horizonte no mercado de locação. A expectativa era que a maior segurança para os proprietários se traduzisse em aluguéis mais em conta.
"A lei do inquilinato veio só para regular algumas questões na legislação, porém ela não teve grandes alterações. Se trouxesse alguma vantagem, eu tenho certeza que teria uma corrida para trazer os imóveis para locação", diz a diretora de locação da Lellos, Roseli Hernandes.
Mas não foi o que aconteceu. A oferta não aumentou, e a procura continua grande. Segundo o Secovi, o sindicato da habitação, o valor médio dos novos aluguéis em São Paulo subiu 10% no acumulado dos últimos 12 meses. O percentual é cinco vezes maior do que a variação do índice usado para reajustar os contratos de aluguel.
"O mercado de aluguel está altamente demandado e tem levado a um reajuste de preço. Faz muito tempo que não temos investimentos, ou seja, pessoas investindo em imóveis para alugar" afirma o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci.
E não é só São Paulo que sofre dessa "inflação" do aluguel. Em algumas capitais brasileiras, o aumento foi ainda maior, como no Rio (23%), no Recife (22%) ou em Belo Horizonte (13,04%).
Além de preços mais altos, quem quer alugar um imóvel enfrenta uma maratona. A técnica em enfermagem Cristiane Peres já visitou dez apartamentos em dois meses, e não conseguiu fechar negócio.
"Não cabe tudo num pacote só, o preço às vezes é bom e o apartamento não, ou vice-versa. Se tem playground, você paga um condomínio muito alto e o apartamento é pequeno", conta Cristiane.
No mercado de aluguel, o que determina a procura e, portanto, o valor é o estado de conservação e a localização do imóvel. Estar perto do metrô é uma vantagem e tanto. Na região do Butantã, Zona Oeste de São Paulo, a nova estação ainda não começou a funcionar, mas já teve efeitos sobre o preço dos imóveis: uma valorização de 30%.
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