Belém e Porto Velho - Uma manifestação de trabalhadores impediu ontem a segunda tentativa de retorno das obras no canteiro da usina de Santo Antônio, em Rondônia. Com isso, o consórcio construtor da hidrelétrica decidiu novamente parar as obras para evitar que a manifestação "tomasse uma dimensão maior".
De manhã, quando parte dos funcionários havia chegado para o trabalho, um grupo de 50 a 100 pessoas organizou protestos, de acordo com o consórcio. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Rondônia (Sticcero) declarou que alguns ônibus foram impedidos de chegar à obra. Motoristas e passageiros eram chamados para descer dos veículos. Segundo o sindicato, o grupo faz parte dos 3 mil trabalhadores que moram em alojamentos da usina, no Rio Madeira, e não foram à assembleia feita na quarta-feira.
Os alojados, então, ficaram alheios às decisões tomadas no dia anterior, quando foram aceitas seis das 20 reivindicações, como melhorias nas refeições e mudança do plano de saúde. O consórcio não confirmou a informação. As obras da usina foram paralisadas na última sexta, após os confrontos em Jirau, também no Rio Madeira.
Jirau
A retomada completa das obras da usina hidrelétrica de Jirau, paralisada desde o dia 18 após a eclosão de uma revolta entre os operários, depende da volta ao trabalho nas obras da usina vizinha de Santo Antônio, diz o presidente do consórcio Energia Sustentável (responsável por Jirau), Victor Paranhos.
Ontem, cerca de 3,5 mil operários de 20 empresas menores que participam das obras em Jirau voltaram ao canteiro de obras. O grosso do total de operários, cerca de 19 mil, contratados pela Camargo Corrêa, ainda não voltaram ao trabalho. Segundo Paranhos, como o sindicato que representa os trabalhadores e as reivindicações são os mesmos em Jirau e Santo Antônio, uma obra depende da outra.
Paranhos disse que a obra deve ser concluída em 2013, conforme previsto em cronograma. Antes do tumulto da semana passada, a direção da usina havia modificado o prazo para 2012.
PAC
Pelo menos cinco grandes obras de infraestrutura que estão incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram paralisadas nas últimas duas semanas em razão de protestos de trabalhadores. O número de operários parados nos canteiros de obras foi de quase 80 mil.
Manifestações recentes atingiram inclusive obras do Minha Casa, Minha Vida no Maranhão, que pararam durante nove dias em janeiro. Atualmente, além das usinas de Jirau e Santo Antônio, as obras da refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape, em Pernambuco, e da termelétrica de Pecém, no Ceará, estão paradas.
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