A presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques.| Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil.
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A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques Consentino, confirmou nesta terça-feira (5) que trocará todos os 26 cargos de consultoria estratégica ligados a Pedro Guimarães. A cerimônia de posse da economista no comado da Caixa ocorreu na sede nacional da empresa, em Brasília, e contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), do ministro da Economia, Paulo Guedes, do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e de diversas autoridades.

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Daniella já havia sido eleita pelo Comitê de Elegibilidade do banco estatal na semana passada. Ex-secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, ela substituirá Pedro Guimarães, que pediu demissão na quarta-feira (29), após relatos de assédio sexual contra ele serem divulgados pelo portal Metrópoles.

As denúncias estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF), pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Guimarães negou as acusações na carta de renúncia. Dos 26 consultores que devem ser afastados, seis já deixaram o cargo, incluindo o chefe de gabinete.

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"Tanto o chefe de gabinete, como cinco consultores estratégicos já foram afastados. Eu estou desenhando a estrutura que me atende e que atende ao meu modelo de gestão. Eu gosto de fazer a gestão descentralizada, temática, nuclear, mas conto com uma estrutura de 26 consultores estratégicos no gabinete, então possivelmente todos serão afastados", disse a nova presidente da Caixa.

Além destes postos, dois vice-presidentes também foram afastados nos últimos dias. Uma empresa de consultoria externa também será contratada para atuar na investigação das denúncias de assédio dentro da empresa. Daniella informou que ainda não há previsão de quando o trabalho de apuração será concluído.

Em coletiva de imprensa, após assumir o cargo, a nova presidente da Caixa reforçou o compromisso de abrir um canal de diálogo com focos nas mulheres que trabalham na empresa.

"Estou abrindo hoje um canal de diálogo com os empregados, o Diálogo Seguro Caixa. Vai ser um canal de diálogo aberto exclusivamente para as mulheres, nos próximos 30 dias, onde todas as mulheres - e são 35 mil que trabalham na Caixa - serão acolhidas, ouvidas, protegidas, para que eu entenda um pouco e me aprofunde em cima dos indícios que estão sendo apresentados", afirmou.

A executiva também destacou a aprovação, pelo Conselho de Administração do banco, de um plano de ação que envolve a revisão de todas as políticas de integridade, prevenção de assédio, assim como a estrutura de governança de risco, a Ouvidoria e Corregedoria da Caixa. "É natural que os processos sejam revisados, aprimorados e aprofundados e é isso que a gente vai fazer", disse.

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Crédito para mulheres e reforço de microcrédito

A nova presidente da Caixa anunciou que, além das medidas internas, deve promover um programa de combate e prevenção ao assédio e à violência doméstica e de estímulo ao empreendedorismo feminino para os 148 milhões de clientes do banco, que é o principal operador dos programas sociais do governo federal, como o Auxílio Brasil.

"A gente vai bancar a causa das mulheres, queremos ser o grande promoter desta causa, atuar com afinco para proteger e promover mulheres. Hoje, a mulher é dona de 80% das decisões de consumo e só 20% do crédito, e a gente quer dar conta, com toda nossa estrutura de rede, apoiando e protegendo as mulheres em todas as dimensões", afirmou.

Terceira maior instituição financeira do país, a Caixa está presente em mais de 5 mil municípios, com 14 mil agências e cerca de 27 mil postos físicos de atendimento. Daniella Consentino afirmou que pretende seguir desenvolvendo a plataforma de microcrédito da Caixa, com foco em financiamento de pequenas empresas e microempreendedores.

"Esse é um foco estratégico nosso, estar perto dos micro e pequenos empresários, dos microempreendedores individuais. Está vindo agora a renovação dos fundos garantidores da União, de até R$ 90 bilhões em crédito, não para micro e pequenas empresas, mas também para MEIs [microempreendedores individuais], e a gente pretende fazer um trabalho muito forte de difusão e operação desse fundos."

Privatização da Caixa não está no radar

Questionada, a presidente do banco afirmou que não há nenhuma orientação de privatização da Caixa, e que isso não é objeto nem de discussão neste momento. A venda de ativos, incluindo a plataforma digital Caixa Tem, também não está no radar da economista.

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"Ao longo desse processo de 'bancarização', de tanta gente no pagamento e operação do Auxílio Emergência, foi desenvolvido junto um banco digital, que obviamente tem muito valor, mas ainda preciso me reunir com a governança do banco, vou respeitar os ritos de governança do banco para saber se gera valor para Caixa ou não estar desinvestindo, mas não é algo que está em discussão neste momento. Nem a privatização da Caixa nem a venda de algum ativo", assegurou. Com informações da Agência Brasil.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]