Primeira mulher a comandar uma das principais siderúrgicas brasileiras, a CSN, a economista Maria Silvia Bastos Marques, de 59 anos, será também a primeira mulher a presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Exigente, focada em resultados e com fama de “trator” no mundo dos negócios, a carreira de Maria Silvia oscilou entre os setores público e privado.
Embora subordinado ao Ministério do Planejamento, o BNDES pode ser considerado órgão de primeiro escalão no governo. Principalmente após a gestão de Luciano Coutinho à frente do banco. Turbinado como uma das principais ferramentas das políticas anticíclicas para diminuir o impacto da crise de 2008 na economia, o BNDES tem hoje R$ 931 bilhões em ativos e desembolsou R$ 136 bilhões para empréstimos ano passado.
Guinada
A chegada de Maria Silvia à presidência do BNDES sugere uma guinada da instituição de fomento para focar nas concessões ao setor privado na área de infraestrutura. A executiva já foi assessora da presidência do BNDES, onde trabalhou no programa de privatizações, em 1991 e 1992, durante o governo Fernando Collor.
Nos anos 1990, antes de ser o braço direito do empresário Benjamin Steinbruch na reestruturação da CSN, recém-privatizada na época, trabalhou com o embaixador Jório Dauster na renegociação da dívida externa brasileira, também no governo Collor. Logo depois, foi para o BNDES.
Em seguida, esteve à frente da secretaria municipal da Fazenda do Rio, no governo Cesar Maia. Na época, ficou conhecida como “a mulher de 1 bilhão de dólares”, por ter conseguido acumular essa cifra para os cofres da cidade em seus últimos meses no cargo.
A executiva já ocupou várias cadeiras em conselhos de administração de empresas nacionais e estrangeiras, como Petrobrás, Vale e Anglo American. Maria Silvia também foi presidente da Icatu Seguros, de 2007 a 2010.
Determinada, a executiva aceitou assumir o comando da CSN, em 1996, grávida de gêmeos. Um mês após o nascimento dos filhos, surpreendeu novamente ao abrir mão da licença maternidade para voltar aos negócios.
A última passagem pelo setor público foi na Empresa Olímpica Municipal (EOM), órgão da prefeitura do Rio responsável por coordenar a construção das instalações olímpicas, que comandou entre 2011 e 2014.
A saída da executiva coincidiu com o momento mais conturbado da relação do Comitê Olímpico Internacional (COI) e com os organizadores dos Jogos do Rio. Dez dias antes do desligamento de Maria Silvia, a Comissão de Coordenação do COI para os Jogos Olímpicos do Rio-2016 - grupo de inspetores responsável por acompanhar a preparação do Rio - visitou a capital fluminense e fez duras críticas ao andamento das obras.
Na época, a executiva alegou “motivos pessoais” para deixar o cargo. A prefeitura divulgou nota informando que Maria Silvia optara pela saída porque pretendia retornar ao setor privado.
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