Curitiba – A partir de hoje as cooperativas de crédito poderão atuar como correspondente bancário e instalar postos de auto-atendimento. A mudança integra um pacote de medidas aprovado ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em Brasília, para atender demandas provocadas pelo crescimento do segmento. De acordo com o Banco Central, entre junho de 2003 e dezembro de 2004, a carteira de crédito das cooperativas no país passou de R$ 5,524 bilhões para R$ 8,285 bilhões, um crescimento de 49,9%.

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Segundo o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, as medidas devem ampliar a participação das cooperativas no sistema financeiro nacional. Em 1997, as cooperativas respondiam por 0,74% das operações de crédito no país. Para 2005, a estimativa é de uma participação de 3%. "O governo quer democratizar o acesso ao crédito e reduzir o spread bancário", diz Bernardo. Como as cooperativas não visam lucro, os custos financeiros são menores do que em bancos convencionais.

Para o vice-presidente da Central Sicredi no Paraná, Manfred Dasenerock, as mudanças aprovadas pelo CMN são um "grande avanço". Pelas regras antigas, as cooperativas de crédito só podiam atender a uma determinada categoria empresarial ou de trabalhadores. Agora, está autorizada a criação de cooperativas com vinculação a mais de um sindicato ou associação.

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Outra mudança importante, segundo o vice-presidente do Sicredi, é o aumento para 300 mil habitantes do limite populacional para instalação de cooperativas de livre admissão. Até então, esse tipo de cooperativa só podia ser implantado em municípios de até 100 mil habitantes e há apenas duas no Paraná.

Segundo o presidente do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoop), Luís Ajita, a mudança deve ampliar o número. "Por admitir que qualquer pessoa seja cooperada, o modelo tem mais viabilidade econômica", afirma. O Sicoop centraliza 20 cooperativas de crédito no estado, que somam 24 mil cooperados e administram R$ 200 milhões em recursos. A Sicredi – a maior central do Paraná – tem 219 mil associados divididos em 27 cooperativas que, juntas, movimentam R$ 1,5 bilhão em ativos. Em todo o estado, a estimativa é de que existam cerca de 60 cooperativas, que somam 250 mil sócios e R$ 2 bilhões em ativos.