Na virada de 2013 para 2014 a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), estará com sua versão contínua, de periodicidade trimestral, pronta para substituir a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que calcula a taxa mensal de desemprego. Segundo Márcia Quintslr, diretora de Pesquisas do IBGE, a meta do instituto é, ainda no próximo ano, começar a divulgar a taxa de desemprego a partir da Pnad contínua. Não há, porém, uma data já definida.

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Embora o novo modelo da pesquisa - em testes desde janeiro e envolvendo de 1,2 mil a 1,3 mil técnicos em campo, que farão em torno de 170 mil visitas a domicílios a cada três meses, quando estiver a pleno vapor - seja trimestral, a diretora do IBGE informou que está em estudo a divulgação mensal de dados agregados, para todo o País ou por grandes regiões. A principal vantagem do novo modelo está na abrangência geográfica dos dados. "Vamos passar a ter um ganho enorme, que é passar a ter informações conjunturais sobre o mercado de trabalho para todo o País trimestralmente", afirmou Márcia.

A Pnad contínua terá dados para todos os Estados e todas as regiões metropolitanas, além de algumas áreas no interior. Atualmente, a PME, que no fim de 2013 será extinta, recolhe dados apenas das seis maiores regiões metropolitanas do País, com cerca de 40 mil domicílios visitados por mês. Trabalham na PME cerca de 490 técnicos, segundo Cimar Azeredo, gerente da pesquisa.

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A ideia do IBGE é começar a divulgar dados da Pnad contínua antes da extinção da PME, ou seja, no ano que vem. "Já iniciamos a implantação da Pnad contínua justamente para que a gente tenha um período de coincidência entre a Pnad contínua e as pesquisas que ela vai substituir, para que isso propicie aos usuários entender como trabalhar a nova série vis-à-vis os dados das séries antigas", disse Márcia, sem adiantar sequer se os primeiros dados do novo modelo começarão a ser divulgados no primeiro ou no segundo semestre.

Além da PME mensal, a Pnad contínua substituirá a Pnad tradicional. As mudanças fazem parte do projeto de reformulação das pesquisas domiciliares. Além da Pnad, a Pesquisa de Orçamento Familiares (POF) também terá nova periodicidade: a cada cinco anos, será divulgada uma edição completa; anualmente, o IBGE divulgará uma versão simplificada, com dados sobre rendimentos e despesas. "A razão de caminharmos para POFs mais simples é por conta da demanda muito forte que essa pesquisa tem para estudos de pobreza, para o aprimoramento dos índices de preços ao consumidor e do cálculo da contabilidade nacional (PIB)", afirmou Márcia.

A diretora do IBGE afirmou ainda que não estão previstas mudanças na periodicidade das mudanças de ponderações do IPCA, principal dos índices de inflação, ou do cálculo do PIB. "Só a evolução desses números e o conhecimento deles é que vão nos indicar a necessidade de reformulação total na estrutura", afirmou Márcia. "Mas com certeza vai melhorar muito a qualidade dessas duas investigações, porque mesmo não alterando integralmente as estruturas, é possível fazer ajustes no cálculo interno tanto da inflação quanto das contas nacionais", completou.