Boa parte dos novos empregos que serão gerados nos próximos anos estará em empresas que estão fazendo os primeiros investimentos no país. Mas para isso elas têm de vencer o obstáculo da falta de qualificação.
A montadora Daf Caminhões do Brasil, do grupo Paccar, está contratando 150 pessoas até outubro deste ano, quando deve começar a produção da sua primeira fábrica no país, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Segundo Jeanette Jacinto, diretora de recursos humanos da Daf, o domínio do idioma inglês ainda é um desafio para os candidatos. Onze funcionários recém-contratados da área operacional tiveram de fazer um curso intensivo de inglês de duas semanas na UTFPR em Ponta Grossa para poder participar de um treinamento na Europa. "Eles vão para Inglaterra, Holanda e Bélgica. Principalmente nessa fase inicial, essas pessoas terão de falar muito com pessoas nos Estados Unidos e a Europa. São muitas conferências por telefone", diz. Em 2014, mais 150 pessoas devem ingressar na empresa, que anunciou investimentos totais de US$ 320 milhões no país.
A fábrica de alimentos da francesa Jacquet e do grupo Guerra em Guarapuava, na região central do Paraná, vai contratar 100 pessoas no segundo semestre, quando deve começar a produzir biscoitos, pães e bolos, hoje importados da França. Para driblar a falta de mão de obra, a empresa estabeleceu um convênio com a Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), que possibilitará que alunos participem do programa de trainee da companhia. A intenção é levá-los até a sede da Jacquet, na França, para que conheçam o funcionamento das fábricas e depois trabalhem na unidade, segundo Ricardo Guerra, diretor executivo do grupo Guerra.