As refinarias de diesel premium da Petrobras, originalmente projetadas para processar petróleo pesado, terão seus projetos adaptados também para receber o volumoso óleo do pré-sal já a partir de 2015, informou o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.

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A mudança, segundo ele, poderá reduzir o custo de construção, inicialmente previsto em 20 bilhões de dólares para as unidades do Maranhão (600 mil barris diários) e Ceará (300 mil barris diários), já que os processos do óleo leve são mais simples.

"A gente vai fazer uma reavaliação na parte do processo para eles terem possibilidade de refinar o (diesel) premium com petróleo pesado e o petróleo leve", disse Costa após participar de seminário sobre biocombustíveis no Rio de Janeiro.

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As duas refinarias, que já estão incluídas no plano estratégico de 174,4 bilhões de dólares da Petrobras até 2013, não serão no entanto suficientes para atender toda a produção do pré-sal, abrindo espaço para que surjam mais unidades no país.

Em 2020, a estimativa da Petrobras é de que o pré-sal esteja produzindo 1,8 milhão de barris de petróleo por dia, dobrando o volume atual de produção de óleo no país. Pelos planos do governo, o Brasil irá exportar derivados e não petróleo bruto da nova região.

"Óbvio que terão que ter mais refinarias, mas não estamos estudando nada", frisou Costa para deixar claro que os esforços no momento são focados nas novas cinco refinarias da companhia.

Venezuela

Além de Ceará e Maranhão, que estão em processo de licenciamento ambiental, a Petrobras está construindo também o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a refinaria de Pernambuco, ambas com capacidade para refinar 200 mil barris diários, e uma de menor porte no Rio Grande do Norte.

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Segundo Costa, o terreno doado pelo governo do Ceará para a construção da refinaria teve questionamentos da Fundação Nacional do Índio (Funai) que está sendo resolvido.

No Maranhão, a empresa recebeu o EIA/RIMA (estudos e relatórios de impacto ambiental) no dia 31 de agosto e já entrou com protocolo para obter a licença prévia.

Já a refinaria Abreu Lima, em Pernambuco, a mais adiantada, terá seu acordo com a venezuelana PDVSA finalmente assinado no próximo dia 28.

De acordo com o diretor, a PDVSA aceitou receber pelo preço do mercado internacional os 100 mil barris que enviará para serem processados na unidade. A intenção de entrar no mercado brasileiro de distribuição de combustíveis também foi resolvida, iformou o executivo.

"Se a PDVSA quiser vender aqui vai ter que seguir todos os trâmites da ANP (Agência Nacional do Petróleo)", explicou Costa.

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A Petrobras terá 60 por cento da refinaria Abreu e Lima e a PDVSA os 40 por cento restantes. Em contrapartida, a empresa deverá participar da licitação de blocos na bacia do Orinoco, na Venezuela.

Assim como as refinarias premium, essa unidade produzirá apenas diesel, para reduzir a dependência do Brasil do mercado externo.

De acordo com Costa essa dependência já vem diminuindo com a otimização que vem sendo realizada nos últimos anos nas 11 refinarias da Petrobras.

"Desde agosto do ano passado, só com o desgargalamento das nossas refinarias atuais estamos produzindo mais 30 a 35 mil barris diários de diesel", informou.

O aumento de produção reduz para cerca de 70 mil barris diários a necessidade de importação pelo Brasil. Somando a esses fatores a queda de consumo causado pela crise econômica, Costa dá como certo que este ano a Petrobras terá balança comercial positiva em volume e valores.

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Ao mesmo tempo que aumenta a produção de diesel, a de gasolina está sendo reduzida, devido ao maior consumo de álcool no país. O objetivo da Petrobras, segundo Costa, é diminuir em 20 por cento a produção atual de gasolina.

"Mas sempre acompanhando o mercado para ver sua evolução, essas coisas mudam muito", explicou.

Passada o pior da crise, Costa já vê recuperação no consumo de maneira geral no segundo semestre.

"Se comparar com 2008 não está no mesmo patamar (de consumo) mas está em processo rápido de crescimento", afirmou.

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