Tendo como perspectiva um cenário de crescimento médio da demanda de 10% ao ano até 2014, o levantamento do Ipea estima que no ano da Copa do Mundo mais de 151 milhões de passageiros devem circular por 13 aeroportos os das 12 cidades-sede do Mundial e o de Viracopos, em Campinas. Até lá, porém, os terminais não devem atender a todo esse movimento, já que obras de ampliação em nove deles não estarão prontas a tempo.
O Ipea chegou a essa conclusão após considerar os prazos médios para elaboração de projetos, obtenção de licenças obrigatórias, realização de licitações públicas e início do serviço. Segundo os técnicos do instituto, uma obra de infraestrutura em transportes leva em média 92 meses para ficar pronta, ou seja, mais de sete anos.
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, se disse "preocupado", mas afirmou que os investimentos para a Copa surgirão "naturalmente". O ministro ressaltou que a presidente Dilma Rousseff está atenta à questão dos aeroportos prova disso seria a criação da Secretaria de Aviação Civil. "É preocupante a situação de todos os aeroportos do país, tanto que a presidente criou uma secretaria com status de ministério para cuidar do tema", disse Nascimento.
Apesar da criação da secretaria, o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, Carlos Alvares da Silva Campos Neto, não acredita na possibilidade de as obras serem concluídas até o Mundial. "Desconheço mecanismos para fazer uma obra andar muito mais rápido do que estamos acostumados", ressalta.
Para evitar um apagão aéreo durante a Copa, o pesquisador lembrou que há a possibilidade de construir terminais provisórios, que atenderiam boa parte da demanda para o torneio. Além disso, existem outras medidas operacionais que permitiriam melhorar a movimentação de passageiros nos aeroportos, como a alteração de horários de voos, por exemplo.