Efeito no PIB
O presidente da Microsoft no Brasil, Mariano De Beer, prevê que o aumento expressivo da transmissão de dados nos próximos anos poderá adicionar 0,5 ponto porcentual ao PIB brasileiro. A cifra corresponderia a cerca de R$ 50 milhões ao ano. Segundo Beer, antes os dados eram prioritariamente de empresas. Agora, cada vez mais pessoas utilizam e compartilham dados com os adventos das redes sociais e o boom dos smartphones - tendência que será crescente nos próximos anos.
35,6 milhões de smartphones foram vendidos no Brasil no ano passado destes, 10% eram aparelhos com recursos 4G, segundo a consultoria IDC. No entanto, apenas 3% dessa fatia tinha plano 4G ativado nas operadoras. A projeção da consultoria é que este ano a venda de smartphones suba 30% no país, enquanto a participação dos aparelhos 4G deverá passar de 10% para até 20%. "O crescimento do 4G é satisfatório, mas só vai decolar daqui a uns dois anos, pois ainda precisamos de cobertura e infraestrutura melhor", disse o analista de mercado da IDC, Leonardo Munin.
Celulares com recursos de internet móvel de quarta geração (4G) vendidos desde o ano passado no Brasil terão funcionalidade limitada quando o sinal de 700 MHz entrar em operação até 2016, já que não são compatíveis com essa frequência. Os celulares 4G vendidos atualmente no país operam na frequência de 2,5 GHz, leiloada às operadoras em 2012 e cujas antenas foram instaladas em grandes cidades assim, os aparelhos atuais não funcionarão nos municípios onde só estiver disponível a nova frequência.
Executivos do setor argumentam que a limitação não chega a ser uma barreira, pois os usuários costumam trocar de celular de dois em dois anos. Mas com aparelhos sendo vendidos a preços superiores a R$ 2 mil, a mudança tem preocupado entidades de defesa do consumidor.
"Enviamos um ofício questionando a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) sobre os primeiros passos do 4G no Brasil", disse a coordenadora da organização de defesa do consumidor Proteste, Maria Inês Dulce. "Ao mudar a tecnologia, o consumidor ainda não foi informado que terá que mudar de aparelho", disse.
O leilão da faixa de 700 MHz está previsto para agosto e a nova frequência entrará em operação até 2016, segundo fontes da indústria. Adotada para o 4G em países como Japão, Austrália, China, Índia e México, a frequência de 700 MHz tem maior alcance, enquanto o custo de instalação de antenas é menor em relação à faixa de 2,5 GHz, disse Wilson Cardoso, diretor de tecnologia da Nokia para América Latina.
"Ainda este ano devem ser lançados de 20 a 40 aparelhos de celular diferentes disponíveis em 700 MHz", afirmou o executivo. Segundo ele, as operadoras devem migrar grande parte de seus investimentos em 4G para 700 MHz, porque a frequência também tem maior qualidade de cobertura interna e as obrigações de cobertura impostas pela Anatel poderão ser cumpridas de forma integrada às do leilão de 2,5 GHz.
A Sony Mobile do Brasil é uma das fabricantes que ainda não tem aparelhos compatíveis com 700 MHz. "Os próximos lançamentos com certeza trarão novidades no quesito de conexão", disse Ana Peretti, diretora de marketing da empresa.
Estrutura
A frequência de 700 MHz não foi escolhida inicialmente para o 4G no Brasil porque estava ocupada por canais da TV aberta analógica. O presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, lembra que o processo de liberação da faixa é complexo e a intenção do governo federal era lançar a banda larga móvel antes da Copa do Mundo.
As quatro principais operadoras móveis do Brasil cumpriram meta estabelecida pela Anatel de oferecer 4G nas cidades-sedes e subsedes da Copa até dezembro de 2013. A cobertura está sendo desde então ampliada a outras cidades.
A Vivo oferece serviço 4G em 94 cidades, enquanto a Claro está presente em 86 cidades. A Oi tem 4G em 45 municípios, assim como a TIM.
Evolução
União Europeia vai se aliar à Coreia do Sul em corrida global do 5G
Reuters
A União Europeia está se aliando à Coreia do Sul para pesquisar em conjunto a próxima geração de tecnologia de banda larga móvel, esperando que a experiência do país asiático a ajude a recuperar o atraso em um campo crucial para o crescimento econômico. A Coreia do Sul tem uma das redes de banda larga móvel mais rápidas e é a base da Samsung, a maior fabricante de smartphones do mundo.
A Europa havia liderado a competição em tecnologia GSM o padrão original para redes celulares na década de 1990, mas ficou atrás dos Estados Unidos e da Ásia na implementação de conexões 4G, mais velozes. A tecnologia 5G promete melhores conexões para lidar com o número cada vez maior de usuários de internet móvel. A UE estima que um filme em alta definição poderá ser baixado em seis segundos com a nova tecnologia, ante seis minutos com 4G.
Segundo a comissária da União Europeia para telecomunicações, Neelie Kroes, Coreia do Sul e UE concordaram em definir um cronograma de implementação do 5G até o final de 2015. Haverá um trabalho em conjunto para assegurar que as frequências de rádio necessárias serão capazes de sustentar a nova rede.
Investimento
A UE disse em dezembro que gastará 700 milhões de euros em pesquisa de tecnologia 5G durante os próximos sete anos, enquanto companhias de telecomunicações vão fornecer mais de 3 bilhões de euros. A fabricante chinesa de smartphones Huawei anunciou em novembro que planeja investir US$ 600 milhões em pesquisa de redes 5G.
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