| Foto: NELSON ALMEIDA/AFP

A Bolsa brasileira fechou em alta de mais de 1% nesta quarta-feira (9), acima dos 93 mil pontos pela primeira vez na história, embalada por notícias de reforma da Previdência mais dura e pelo otimismo de um acordo comercial entre Estados Unidos e China. O dólar recuou abaixo de R$ 3,70.

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O Ibovespa, principal índice acionário do país, ganhou 1,72%, a 93.613 pontos. O giro financeiro foi de R$ 16,5 bilhões. Desde a virada do ano, a Bolsa vem enfileirando recordes. 

No pregão desta quarta, o índice é puxado pela valorização da Petrobras e da Vale, assim como papéis de concessionárias de rodovias, após o governo anunciar estudo para mudar o modelo de licitação de estradas. 

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Investidores locais estão otimistas com as notícias sobre a reforma da Previdência sob o governo Bolsonaro, porque consideram os termos mais abrangentes que o discutido sob o mandato de Michel Temer. Paulo Guedes, ministro da Economia, defendeu que o primeiro projeto já incluirá os termos para o regime de capitalização da Previdência. 

"O foco na reforma da Previdência, assim como a busca de uma reforma mais abrangente, é positivo e bem recebido pelo mercado, mas o presidente ainda não viu a proposta ou bateu o martelo sobre o tema e mudanças ainda podem ocorrer, o que poderia suavizar a proposta antes da mesma ser enviada ao congresso", escreveu a XP em relatório. 

A visão é compartilhada por Victor Candido, economista-chefe da Guide, também considera que os termos apresentados para a reforma até agora são bons, mas podem indicar espaço para desidratação futura. 

Candido considera, porém, que o sinal é positivo, mas não seria suficiente para sustentar o mercado caso o exterior estivesse negativo. 

O dia foi de otimismo disseminado no exterior com o fim da rodada de negociações e o anúncio, para breve, do que foi discutido entre Estados Unidos e China. Os dois países travam uma guerra comercial e o risco de recrudescimento da disputa havia deixado investidores receosos de uma desaceleração maior da economia global. 

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O possível acordo dá ânimos às Bolsas globais. As Bolsas europeias e asiáticas fecharam em alta, mesma direção seguida pelos principais índices americanos no final do pregão. O petróleo do tipo Brent subia acima de US$ 61 o barril, maior patamar em um mês. 

Expectativas promissoras para 2019 

A expectativa de crescimento da economia e a manutenção da taxa de juros nos atuais patamares deve elevar os resultados da B3, a Bolsa brasileira, diz a agência de classificação de risco Moody's. 

"A B3 se beneficiará de volumes maiores de negociação de ações e derivativos relacionados, à medida que as empresas emitirem mais ações em 2019 e os fluxos para gestoras de fundos com foco em ações e multimercados continuarem a aumentar", diz Farooq Khan, vice-presidente assistente da Moody's, em relatório. 

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O mercado financeiro projeta até 30 novas empresas listadas na Bolsa em 2019. A abertura de capital em Bolsa (IPO, na sigla em inglês) depende, porém, do apetite de investidores estrangeiros, que iniciaram 2019 sacando recursos aplicados no mercado acionário. Em 2018, foram retirados R$ 11,5 bilhões. 

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O volume médio diário de negociação em Bolsa foi de R$ 12,2 bilhões em 2018. O ano de 2019 começa com média diária de R$ 17 bilhões e recordes de fechamento. 

Analistas do mercado financeiro projetam que o Ibovespa, principal índice acionário do país negociado na B3, fechará o ano perto dos 120 mil pontos. 

 Dólar fecha dia com menor cotação desde 26 de outubro 

O dólar caiu ante real, cotado a R$ 3,6890, no menor patamar desde 26 de outubro, véspera da eleição de Jair Bolsonaro (PSL). O dia foi favorável a emergentes: de 24 moedas desses países, 23 se valorizaram ante o dólar. O real é a segunda maior valorização do dia. 

A moeda americana já havia fechado quando foi divulgada a ata da reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), realizada em dezembro. O documento mostrou que os membros do BC americano defenderam paciência com altas adicionais de juros e mostrou que a decisão não foi unânime. 

Desde que o BC americano elevou os juros, conforme esperado, os mercados reagiram de forma negativa porque entenderam que havia pouca preocupação com os impactos de altas adicionais sobre a economia americana e a desaceleração global. 

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A ata, somada à fala do presidente do Fed, Jerome Powell, indica agora a investidores que os membros do Fed estão, sim, preocupados e que podem se dar ao luxo de esperar antes de promover novas altas de juros.