As próximas semanas serão cruciais para se saber se a Embraer vai ou não entrar na nova concorrência que será aberta pela Força Aérea dos Estados Unidos para compra de aviões de combate leve. Os equipamentos devem ser empregados em missões da Força Aérea norte-americana no Afeganistão.
A primeira concorrência feita pelo governo americano foi vencida pelo consórcio Embraer-Sierra Nevada Corporation, parceira local. No fim do ano passado, o governo dos Estados Unidos anunciou a vitória da brasileira para o fornecimento de 20 aeronaves, modelo A-29 Super Tucano.
O valor do contrato chegou a US$ 355 milhões, e incluía a fabricação dos aviões de combate, além do pacote de serviços, como treinamento de mecânicos e de pilotos. Pelo edital, a montagem dessas aeronaves deveria ocorrer em solo americano e seria feito na cidade de Jacksonville, na Flórida.
A pressão de uma concorrente dos Estados Unidos fez com que o governo cancelasse o negócio e anunciasse uma nova concorrência. Agora, a Embraer aguarda o novo edital para saber se as mudanças anulam as chances de uma fabricante estrangeira. Segundo minuta do edital, não há perspectiva de que os requisitos para a disputa mudem radicalmente.
"A ideia que temos é de participar da nova concorrência. Mas falando objetivamente, só não vamos participar se houver alteração deliberada das bases da concorrência", disse o presidente da empresa, Frederico Curado.
A Embraer teme que as mudanças sejam feitas apenas para beneficiar a Hawker Beechcraft, a concorrente que conseguiu anular a concorrência anterior depois de ser eliminada da disputa.
Balanço
A Embraer fechou o primeiro trimestre de 2012 com um lucro líquido de R$ 111,2 milhões, uma queda de 36,2% sobre igual período do ano passado. Nos três primeiros meses deste ano, a receita global da companhia foi de R$ 2,049 bilhões.
A meta da Embraer, segundo informou Curado, é a de alcançar, pelo menos, o mesmo resultado de 2011: US$ 5,8 bilhões de receita líquida, podendo chegar a US$ 6,2 bilhões.