O primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, vai pedir nesta quarta-feira ao Parlamento o voto de confiança para o novo Governo de união nacional que precisa negociar as condições do resgate financeiro internacional para evitar a quebra do país.
Prevista para as 20h (de Brasília), a votação deve contar com o apoio da maioria absoluta dos deputados, já que socialistas, conservadores, a extrema-direita e várias frações menores respaldam o Executivo de coalizão nacional.
Apesar do acordo fechado entre os dois grandes partidos, o socialista Pasok e o conservador Nova Democracia, a presença da extrema-direita no Executivo e a necessidade de o novo Governo adotar medidas impopulares de economia já gerou críticas entre deputados das duas formações majoritárias.
Alguns parlamentares conservadores criticam o desgaste que significará apoiar os cortes de um Gabinete formado majoritariamente por socialistas, enquanto legisladores do Pasok demonstraram seu mal-estar com o fato de a direita radical ter uma pasta no Governo.
O ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, afirmou na terça-feira à noite que é urgente o novo Executivo ratificar o plano estipulado em 26 de outubro pela Eurozona e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para conceder à Grécia mais 130 bilhões de euros até 2014 e perdão de metade de sua dívida.
A Grécia terá de definir mais medidas de economia e reformas para reduzir o gasto público, como lembrou nesta terça o próprio Papademos.
Enquanto isso, os sindicatos seguem com suas mobilizações contra a estratégia de austeridade do Governo. Nesta manhã, os sindicalistas da companhia estatal de eletricidade (DEH) cortaram o fornecimento de luz do Ministério da Saúde, por dívida de 3,8 milhões de euros, em protesto contra a injusta decisão de cortar a energia das casas que não pagaram o imposto imobiliário aprovado recentemente.
O debate e a votação parlamentar desta quarta vão ocorrer sob a ameaça de confrontos e protestos, especialmente pelos 38 anos da revolta estudantil de 17 de novembro de 1973, oito meses antes da queda da Junta Militar que comandava o país desde 1967.
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