Com bancada sindical reduzida, trabalhadores temem retrocesso

Com a menor bancada sindical no Congresso Nacional desde 1988, quando 44 sindicalistas compunham a representação no Legislativo, segundo levantamento do Sindicato de Servidores Públicos Federais (Sindsep), trabalhadores temem o retrocesso de direitos adquiridos ao longo dos últimos anos

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Uma nova regra para correção do salário mínimo foi objeto de estudos do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, no período recente em que esteve fora do governo.

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Em maio de 2014, num seminário no Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele propôs três critérios diferentes de reajuste: o salário médio, Produto Interno Bruto (PIB) per capita ou produtividade do trabalhador. O estudo foi elaborado em parceria com o economista Manoel Pires, um dos poucos que Barbosa já confirmou em sua equipe no Planejamento. Ele chefiará a assessoria econômica do ministério.

No documento, eles explicam que a Constituição Federal garante o reajuste do salário mínimo pela inflação mas, num acordo com as centrais firmado em 2006, ficou acertado que esta seria acrescida do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

A regra atual vale até 2015, quando será discutida uma nova regra para 2016-18. Uma tabela mostra que, desde o acordo, o mínimo tem atingido valores acima de sua média histórica desde 1940. E que desde 2006 tem crescido, também, acima do PIB, do salário médio real, do PIB per capita e do PIB por trabalhador.

Uma comparação internacional mostra que o Brasil, ao adotar o critério atualmente em vigor, está no mesmo grupo que a Espanha, a África do Sul, a Austrália e o Uruguai. Já entre os países que adotam critérios ligados a fatores econômicos, como produtividade, renda per capita ou expectativa de crescimento estão o Reino Unido, a Holanda, a Rússia e a Coreia.Índice

Os autores mostram que o mínimo influencia diversos itens dos gastos federais. Ele corrige: o piso previdenciário (pago a 65% dos beneficiários), 100% dos benefícios da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) e da Renda Mensal Vitalícia (RMV), o piso do seguro-desemprego, o abono salarial e também 1,7% da folha do funcionalismo federal.

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E que, por causa disso, os gasto do governo federal com transferências a famílias passaram do equivalente a 8,4% do PIB em 2006 para 9,5% do PIB em 2014. É essa rota de crescimento que preocupa os especialistas em contas públicas. É na interrupção dela que se está mirando quando se fala em "ajuste estrutural" das contas públicas.

Os economistas projetam o que seria a evolução das transferências de renda do governo federal às famílias se fossem adotados diferentes critérios de correção para o mínimo. Mostram que, na regra atual, esse gasto continuará crescendo e atingirá 10,4% do PIB em 2019.

Trocando pelo PIB per capita, ainda haveria expansão, mas um pouco menor: 10,2% do PIB no mesmo período. Com uma regra que garantisse apenas um ganho acima da inflação de 1% ao ano, esse grupo de despesas ainda continuaria crescendo por mais dois anos, mas depois começaria a declinar e chegaria a 10,1% em 2019.

E, sem correção real alguma, o gasto daqui a quatro anos seria de 9,9% do PIB. Esse mesmo resultado seria alcançado com uma reforma do abono salarial, seguro-desemprego e benefícios sociais (como o proposto pelo governo), combinada pela correção do salário mínimo pelo PIB per capita.

Com base nesses cálculos, o estudo afirma que o mínimo precisa crescer mais moderadamente, para que seus aumentos se deem de forma sustentável. E que, além disso, será necessário reformar programas sociais - como, já à época, o governo havia sinalizado. "Mas também é preciso retomar o debate sobre a previdência social (fator previdenciário e idade mínima)", conclui.

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