A ampla votação obtida pelo médico patologista Sérgio Ossamu Ioshii nas eleições da Unimed Curitiba quase 40% dos 2.982 votos comprova, segundo ele, que a cooperativa de saúde está no caminho certo. Candidato oficial da gestão passada, quando ocupou o cargo de secretário-geral, o novo presidente sinaliza que a maior operadora de saúde do Sul do país ganhou liberdade para negociar valores maiores com os prestadores de serviços - clínicas, hospitais e laboratórios - e para aumentar, gradativamente, a remuneração de seus médicos cooperados. Ioshii venceu outros três candidatos numa das eleições mais concorridas, e polêmicas, da história da cooperativa.
No entanto, o discurso de "gastos responsáveis" permanece. Foi ele, afinal, que ajudou a última gestão a renegociar uma dívida de R$ 485 milhões em impostos e a colecionar números crescentes de faturamento e quatro anos seguidos de lucro. Em 2005, a cooperativa faturou R$ 620 milhões, 15% a mais que no ano anterior. A expectativa para 2006 é de um crescimento de 4,5%, já descontada a inflação.
O novo presidente anuncia que vai tentar uma saída pacífica para o processo em que uma prestadora de serviços cobra da Unimed o pagamento de comissões a que diz ter direito. Na última quarta-feira, por força de uma liminar, o sistema de consultas da cooperativa chegou a ficar bloqueado por três minutos, colocando em risco atendimentos de emergência. "Vamos tentar um acordo", avisa. "É melhor do que brigar na Justiça."
Paulista de Guaraçaí, Ioshii veio para Curitiba em 1975. Formou-se em medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e morou no Japão por cinco anos, onde fez doutorado em patologia. Tem um filho de 9 anos e uma filha de 7, e nas horas vagas "muito raras nos últimos tempos" parte para o litoral do Paraná de Santa Catarina, onde faz uma das coisas que mais gosta: pescar robalo. Confira abaixo parte da entrevista que ele concedeu à Gazeta do Povo.