Mesmo já presentes no mercado há alguns anos, os relógios inteligentes seguem dividindo opiniões, principalmente quanto à real utilidade destes aparelhos. Não à toa, muitos os veem como acessórios de luxo, direcionados para um nicho de consumidor bem específico – aquele que quer ficar conectado 24 horas por dia, sem correr o risco de perder qualquer notificação do Facebook, WhatsApp ou e-mail.
Agora, talvez como uma forma de se distinguir dos concorrentes, a Motorola quer atingir um nicho dentro do nicho. A empresa trouxe, no início do ano, uma nova versão de seu relógio, o Moto 360, voltada para usuários fitness. A intenção é vender o novo aparelho como um acessório de monitoramento para ser usado durante exercícios físicos, corridas ou caminhadas.
A estratégia da empresa faz sentido e procura convencer os usuários de que o relógio não é um mero acessório para celulares, que funciona somente quando o smartphone estiver por perto. No próprio material de divulgação do Moto 360 Sport a Motorola reforça que o consumidor pode deixar o celular em casa e levar somente o relógio quando estiver se exercitando – isto, é claro, se a intenção seja apenas monitorar o desempenho da atividade física por meio dos aplicativos, já que o relógio não pode se conectar à internet sozinho.
Confira as principais especificações do Moto 360 Sport:
- Sistema operacional Android Wear
- Compatíveis com celulares Android (a partir da versão 4.3) e iOS (a partir da versão 8.2)
- Processador Qualcomm Snapdragon 400 quad-core de 1,2 GHz
- Display de 35 mm com proteção Gorila Glass 3 e resolução 360 X 325
- Peso de 54 gramas
- Bateria de 300 mAh
- Armazenamento interno de 4GB e 512MB de memória RAM
- Pulseira de silicone
O Moto 360 Sport é compatível com vários aplicativos de fitness – o que não é novidade, já que a versão “tradicional” também funciona com os mesmos apps. O principal diferencial aqui é o design e construção do aparelho, que assume uma cara muito mais esportiva, fazendo jus ao nome. A pulseira é de silicone e não absorve suor, não desbota ou mancha. O corpo é resistente à água e poeira.
O relógio também pesa pouco (54 gramas) e é bastante confortável – não incomodando, portanto, quem gosta ou precisa ter as mãos livres para se exercitar. Além disso, devido ao seu design mais clean, não é nada chamativo, podendo passar com facilidade por um relógio digital tradicional.
Funcionalidades
Como já dito anteriormente, a utilização dos aplicativos de fitness não é novidade, mas traz recursos interessantes. O celular vem com o app Moto Body, desenvolvido pela próprio Motorola, que é uma espécie de central de monitoramento das suas atividades físicas. O app registra automaticamente, todos os dias, os passos que você dá, a distância, as calorias queimadas e atividade cardíaca – e mostra ao usuário ao longo do dia como ele está em cada um desses quesitos.
O Moto Body, por exemplo, mede o batimento cardíaco do usuário a cada cinco minutos e, assim, analisa o nível de atividade em base diária e semanal para então propor metas de atividades. Isso, de forma simples e autônoma, sem que seja preciso ficar fuçando no celular para encontrar as informações – elas aparecem na tela periodicamente, sem que você nem precise tocar no aparelho. A ideia aqui é justamente dar uma “forcinha” para o usuário seguir se exercitando e deixar claro que há uma evolução no desempenho.
E, seja para checar uma notificação que fez o relógio vibrar ou conferir a última atualização da distância percorrida no dia, basta levantar o pulso e olhar para o Moto 360 Sport, que a tela é ativada automaticamente. Mais uma facilidade para que você interaja fisicamente pouco com o aparelho e se mantenha focado em outras ações que estiver fazendo no momento.
Android no pulso
No mais, a dinâmica de uso do relógio é semelhante a outros modelos que utilizam o Android Wear, sistema operacional desenvolvido pelo Google especificamente para os dispositivos vestíveis. É possível sincronizar o relógio com uma série de aplicativos populares, como WhatsApp, Facebook, Spotify, Gmail, Skype, Google Maps e afins.
Assim, você não precisa tirar o celular do bolso para trocar de música no Spotify ou ler uma mensagem que acabou de chegar no WhatsApp. Neste último caso, como não há teclados, dá para responder usando um comando de voz ou desenhando emoticons na tela. O reconhecimento de voz funciona de forma bastante acurada para transformar em texto o que você acabou de falar – no entanto, em vários momentos o relógio não reconheceu o comando de voz “Ok, Google”, que permite acessar várias funções.
O recurso Google Now, por sua vez, assim como no celular, traz para o relógio de forma autônoma notificações que julga interessantes para o usuário, como a previsão do tempo, condições do trânsito até sua casa, cotações de ações e outras informações.
Custo-benefício
Um relógio como o Moto 360 Sport, descolado, confortável e eficiente no que se propõe, seria um forte candidato a virar uma figurinha carimbada no pulso de usuários das mais diferentes idades e perfis, mesmo que a sua utilidade seja mais evidente para os adeptos de uma vida saudável.
No entanto, o preço, mais uma vez, surge como uma barreira quase intransponível (pelo menos por enquanto) para a popularização do aparelho – e de tantos outros modelos de outras marcas. O Moto 360 Sport está sendo vendido pela Motorola por R$ 2 mil (R$ 1.999, pra ser mais exato). É muito mais caro, portanto, do que vários celulares da própria marca, como o Moto G (R$ 939) e o Moto X Play (R$ 1.614).
É um investimento considerável e por isso um pouco duvidoso, visto que praticamente todas as funções do relógio são encontradas em um smartphone. O preço salgado é mais um ponto que reforça o fato dos relógios inteligentes serem ainda produtos de nicho: neste caso, para esportistas hiperconectados e com dinheiro no bolso.
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