O novo rombo de aproximadamente R$ 1,5 bilhão descoberto recentemente no Panamericano, além dos R$ 2,5 bilhões averiguados em agosto do ano passado, tirou mais do que nunca o sono da Caixa Econômica Federal. Isso porque, oficialmente, a estatal já faz parte da gestão do banco controlado pelo grupo Silvio Santos e, como sócia, corre o risco de ter de assumir pelo menos parte do prejuízo. Ou seja, no limite, usar dinheiro público para fechar as contas de sua aquisição, concluída em junho de 2010.
No governo, porém, há o entendimento de que isso não ocorrerá porque se quer evitar tal desgaste e, por isso, a solução seria a venda da participação do Grupo SS no Panamericano.
"Não tenho dúvida de que há muitos interessados em fazer parcerias com a Caixa. É o único balcão de negócios disponível no país", afirmou uma fonte, referindo-se à capilaridade da estatal, que pode ser usada para vender produtos bancários.
Outra saída é a redução do patrimônio do banco - de R$ 1,6 bilhão - para cobrir o novo buraco. Se isso ocorresse, o Panamericano ficaria fora das regras do BC, que, eventualmente, poderia estipular um prazo para o reenquadramento. Os problemas no Panamericano foram detectados pelo BC em junho de 2010, pouco depois de a Caixa ter finalizado a compra de 35% do capital do banco. Os sócios, inclusive Sílvio Santos, ficaram sabendo em agosto dos detalhes - rombo de R$ 2,5 bilhões com fraudes contábeis. Coincidência ou não, a Caixa esperou até que o problema fosse solucionado para assumir, em novembro, a direção administrativa do banco, substituindo a direção anterior.
Assim, apenas Sílvio Santos garantiu que o Panamericano não fosse à bancarrota, dando como garantia seus bens empresariais, que somaram R$ 2,7 bilhões, para que o Fundo Garantidor de Crédito fizesse o empréstimo de R$ 2,5 bilhões. Com isso, o fundo levou o direito de decidir a venda das empresas, inclusive do banco, para amortecer a dívida do apresentador.
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