Nova versão do Marco Civil libera venda de pacotes sem discriminar conteúdo

A nova versão do Marco Civil da Internet traz um novo texto sobre a previsão para que as teles ofereçam pacotes com velocidades diferentes. Foi incluído no texto do deputado Alessandro Molon a determinação de que a disciplina do uso da internet no Brasil tem como fundamento "a liberdade dos modelos de negócios promovidos na internet, desde que não conflitem com os demais princípios estabelecidos na lei".

A medida atende a uma demanda das operadoras e tenta isolar o PMDB, principal bancada da Câmara que resiste à votação da proposta. O Marco Civil da Internet é uma espécie de "Constituição" da rede e fixa princípios gerais, como liberdade de expressão e proteção de dados pessoais.

Segundo Molon, a medida não representa nenhuma flexibilização da chamada neutralidade da rede, ponto central da proposta. O jargão é utilizado para definir que o acesso a todos os sites precisa ser feito na mesma velocidade e que não podem ser vendidos pacotes específicos.

Desta forma, fica liberada a venda de pacotes de acesso que não discriminem o conteúdo acessado. As teles dizem que essa medida fará aumentar o preço dos pacotes, além de piorar a qualidade do serviço.

Leia mais

CARREGANDO :)

Marco Civil pode agilizar exclusão de imagens de vingança pornô na internet

Com a manutenção dos pontos de maior impasse entre parlamentares em torno do texto do Marco Civil da Internet, que define direitos e deveres de empresas provedoras de internet e usuários. O deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do projeto de lei, disse que está otimista com a aprovação da proposta em plenário. "Esse é o resultado da minha conversa com mais de 15 bancadas de partidos que fizeram sugestões incorporadas ao texto. Essas sugestões não afetam ou prejudicam em nada nenhum dos princípios do projeto, nem a neutralidade, nem a privacidade, nem a liberdade de expressão", explicou.

Leia mais

Com a manutenção dos pontos de maior impasse entre parlamentares em torno do texto do Marco Civil da Internet, que define direitos e deveres de empresas provedoras de internet e usuários, o novo texto da proposta foi apresentado nesta quarta-feira (11) pelo deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do projeto de lei. Ele disse que está otimista com a aprovação da proposta em plenário. "Esse é o resultado da minha conversa com mais de 15 bancadas de partidos que fizeram sugestões incorporadas ao texto. Essas sugestões não afetam ou prejudicam em nada nenhum dos princípios do projeto, nem a neutralidade, nem a privacidade, nem a liberdade de expressão", explicou.

Publicidade

A votação do projeto, no entanto, não deve ocorrer este ano, já que o recesso parlamentar começa em 22 de dezembro e, mesmo com o otimismo de Molon, ainda será preciso testar os impactos da nova redação, que sofreu mudanças tímidas.

O princípio da neutralidade é justamente o ponto de maior divergência. Motivados pelos empresários que atuam no setor, alguns parlamentares não querem que a ideia avance, temendo prejuízos para os provedores, sob a alegação de que a neutralidade pode impedir a venda de pacotes de diferentes velocidades.

Desde o início dos debates, Molon tentou esclarecer que a diferenciação de velocidades não será comprometida. Ele acredita que, no atual relatório, a questão ficou clara quando estabelece a liberdade dos modelos de negócios, "desde que não conflitem com os demais princípios estabelecidos nesta lei". "Esse trecho serve para desmontar um argumento falacioso de que o marco civil proibiria a venda de velocidades diferentes de acesso à internet. O marco civil nunca proibiu isso. Pode vender pacotes de velocidades diferentes, o que não pode é discriminar, por origem, destino ou conteúdo, as informações que quero acessar dentro da velocidade que eu comprei", explicou Molon.

Molon acredita que o texto tem condições de ser aprovado, bastando a vontade do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de incluí-lo na pauta de votações. Ainda assim, o relator admite que ainda terão "uma ou outra exceção", ou seja, parlamentares que vão continuar resistindo ao projeto.

A nova redação também permite que as pessoas prejudicadas por conteúdos publicados na internet recorram aos Juizados Especiais para ter uma resposta mais rápida. Segundo ele, dependendo do abuso, será possível que esses órgãos da Justiça concedam liminar para retirar os conteúdos da rede até uma decisão final. E em casos de imagens de nudez ou sexo divulgadas sem a autorização de uma das partes envolvidas, por exemplo, o conteúdo poderá ser retirado imediatamente.

Publicidade

Molon também manteve a obrigação de as empresas provedoras guardarem informações de logs por seis meses, para investigações sobre crimes cibernéticos ou atividades criminosas que tenham relação com conteúdos da rede. A obrigatoriedade depende de ordem judicial e não se aplica a situações mantidas por blogueiros ou outras pessoas que mantêm páginas na internet sem fins mercadológicos.