O consórcio que acertou a compra do Porto Sudeste, de Eike Batista, vai assumir uma dívida total de R$ 5,674 bilhões, incluindo a dívida do porto, a dívida da MMX Sudeste e a dívida referente ao título MMXM11, que assegura a distribuição de royalties por tonelada de minério embarcada a seus detentores, informou o presidente da MMX, Carlos Gonzalez. Como o preço da compra do ativo foi de US$ 400 milhões (cerca de R$ 900 milhões, considerando a cotação do dólar comercial de ontem, a R$ 2,27), o negócio sairá por aproximadamente R$ 6,5 bilhões para a trading holandesa Trafigura e o fundo árabe Mubadala, que fecharam a parceria para levar o Porto Sudeste. O acordo definitivo ainda não foi assinado.
Gonzalez disse que a MMX decidirá em 2015 se fará expansão da produção de minério de ferro por meio da emissão de dívida ou se vai se aliar com um parceiro estratégico. O memorando de entendimentos anunciado esta semana prevê que o Mubadala, a Trafigura e a MMX negociem com exclusividade por quatro semanas. Após esse período, terão que chegar a um consenso sobre os detalhes do termo de venda do porto. Se a venda não for concretizada, a MMX segue negociando com outros parceiros. Em teleconferência com analistas nesta sexta-feira, o presidente da MMX abriu alguns detalhes da negociação.
Segundo cálculos da empresa, a dívida com os detentores do MMXM11 é de R$ 2,940 bilhões, a valores de mercado. Esses títulos foram criados em 2011, quando da venda do Porto do Sudeste pela LLX (logística) à MMX. Na época, os acionistas da LLX receberam uma categoria de ações cuja remuneração está atrelada a um royalty trimestral. Pelo acordo feito na ocasião, os acionistas do MMXM11 receberão US$ 5 por tonelada de minério embarcada a partir da entrada em operação do porto ou a partir de 1º de janeiro de 2013, o que ocorresse primeiro.