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Pesquisa

Novozymes reforça aposta no etanol de 2.ª geração

De olho no futuro promissor do mercado de bioenergia, a multinacional dinamarquesa Novozymes, uma das líderes do setor de enzimas industriais, inaugurou ontem um laboratório de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de enzimas voltadas para a produção de biocombustíveis, sobretudo o etanol de segunda geração, também chamado de celulósico, que é feito a partir do bagaço da cana-de-açúcar. O laboratório fica na fábrica da companhia, em Araucária (região metropolitana de Curitiba).

Com um custo aproximado de R$ 3,5 milhões, o laboratório vai integrar equipes de pesquisa e desenvolvimento de enzimas para biocombustíveis, além de profissionais que vão trabalhar em parceria com os clientes, desenvolvendo soluções para que os produtores de etanol de cana possam diversificar a produção com outros cereais. Além do Brasil, a Novozymes tem mais oito centros de P&D, nos Estados Unidos, Dinamarca, Inglaterra, Índia, China e Japão.

O objetivo principal do novo laboratório é o desenvolvimento de enzimas para a produção do etanol celulósico. Devido à maior dificuldade para transformar a biomassa da cana em açúcares fermentáveis, o desafio é chegar à produção viável de etanol de segunda geração em escala comercial.

"Ao contrário do que muitos acreditam, os combustíveis de primeira e segunda geração têm a mesma qualidade", explica o vice-presidente da companhia, o dinamarquês Per Falholt. Com 270 quilos de bagaço proveniente de uma tonelada de cana, é possível produzir 40 litros de etanol de segunda geração. Apesar do foco em bioenergia, o centro de P&D de Araucária também deve consolidar pesquisas de enzimas para áreas como panificação, limpeza doméstica e agricultura.

Por meio de parcerias com a Petrobras e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a Novozymes acredita que a primeira unidade de demons­­tração do etanol celulósico feito a partir do bagaço da cana deva entrar em funcionamento já em 2014. Segundo Pedro Luiz Fernandes, presidente da Novozymes para a América Latina, por questões de oferta de matéria-prima e logística, a planta de demonstração do produto deverá ser construída em São Paulo, maior produtor de cana do país.

Detentora de 47% do mercado mundial de produção de enzimas industriais e com um faturamento anual de US$ 1,7 bilhão, a multinacional dinamarquesa investe, em média, 14% do seu lucro em P&D. De acordo com Fernandes, esse é um mo­­mento decisivo para o Brasil, que possui uma série de fatores favoráveis ao desenvolvimento do mercado de biocombustíveis e precisa aproveitar suas potencialidades para suprir a crescente demanda interna pelo produto.

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