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Número de bancas de revista cai 40% no Paraná

O jornaleiro José Tito de Souza, 40 anos no ramo, foi forçado a trocar a banca na praça por uma sala em prédio comercial | Carllos Bozelli/JL
O jornaleiro José Tito de Souza, 40 anos no ramo, foi forçado a trocar a banca na praça por uma sala em prédio comercial (Foto: Carllos Bozelli/JL)

Visitar uma banca de jornal tem se tornado uma prática cada vez menos recorrente. Segundo o Sindicato dos Vendedores de Jornais e Revistas do Paraná (Sinjor-PR), desde 2010, houve uma queda de 40% no número de bancas, revistarias e papelarias existentes em todo o estado. A popularização da internet e a forte concorrência com outros estabelecimentos estão entre os fatores apontados pelos empresários para justificar este quadro.

De acordo com o presidente do Sinjor-PR, Laércio Skaraboto, atualmente, existem cerca de 3,6 mil estabelecimentos do gênero no Paraná (2,4 mil a menos do que em 2010), sendo 860 somente em Curitiba e sua região metropolitana. "Está havendo uma perda do hábito da leitura, principalmente entre os mais jovens. Hoje, o principal consumidor das bancas tem idade entre 30 e 50 anos", explicou.

Em Curitiba, a prefeitura realizou em agosto de 2013 o recadastramento de 188 permissionários de bancas de jornais e revistas. No entanto, 20 empresários não fizeram o procedimento, sendo aberta novas convocações, segundo a assessoria da Urbanização de Curitiba (URBS), responsável pelas bancas nas vias públicas.

LondrinaEm Londrina, não há mais bancas em locais públicos. Segundo a Secretaria de Fazenda, atualmente existem 54 estabelecimentos instalados em espaços privados, três a menos do que no ano passado. Muitas bancas chegaram ao fim após a retirada dos quiosques instalados no calçadão. A medida foi adotada entre 2010 e 2011 na administração do então prefeito Barbosa Neto, durante as primeiras fases de revitalização do espaço.

Um dos jornaleiros que precisou mudar de endereço foi José Tito de Souza, que há 40 anos trabalha no ramo. Ele era proprietário de uma banca que ficava na Rua Piauí, ao lado da Concha Acústica. Com a proibição da Prefeitura, levou o estabelecimento para prédio comercial do outro lado da via.

Apesar das dificuldades, ainda mantém um público fiel. "Hoje muitos deixam pra comprar revistas nos sebos. Além disso, não se vende mais tanto jornal como antes. Apesar disso, estou estabilizado, mas tiveram alguns que quebraram o nariz", afirmou, se referindo aos colegas que abandonaram o negócio.

Segundo o gerente da Distribuidora Integrada de Publicações (DIP), Denis Caetano, Londrina chegou a contar com 25 bancas de rua. "Eu era gerente de outra distribuidora, onde 45% do faturamento era obtido com as bancas. A retirada dos quiosques do calçadão arrebentou com a empresa. Hoje, temos 35 funcionários e precisamos buscar outras alternativas, como entregar publicações em supermercados e lojas de conveniência."

InteratividadeVocê sente falta de bancas de jornais e revistas nas ruas de Londrina?

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