Revendo o modelo de negócio
Para o presidente do Sinjor-PR, as bancas precisam ser mais atraentes, oferecendo mais serviços e conteúdo aos consumidores. "Temos procurado estimular o movimento com promoções junto a jornais e editoras, trabalhando com produtos agregados. Estamos reinventando as bancas para sobreviver", afirmou Skaraboto.Proprietário da Banca Flamengo desde 1981, Rogério Medeiros tem buscado agregar serviços ao seu estabelecimento, localizado no Jardim Shangri-lá, na zona central de Londrina. "A gente fica muito limitado, mas tenta agregar outros produtos, como livros, cartões, crédito para celular, fotocópia."Na opinião do consultor do Sebrae, Rubens Negrão, rever o modelo de negócio, oferecer outros atrativos e investir em técnicas de visual é um caminho para as bancas. "Em São Paulo (SP), muitas bancas da Rua Oscar Freire apresentam um ambiente clean, organizado, com números menores de uma mesma edição, mas um mix maior de revistas e jornais".Negrão também lembra que apesar da popularização da internet, muitos brasileiros ainda não contam com acesso à rede. "No Brasil, cerca de 100 milhões de pessoas não tem internet em suas residências. Muitas dessas bancas poderiam ser criadas em regiões mais afastadas das áreas centrais e funcionar como um híbrido de lan house e revistaria. Acredito que seja um modelo de negócio que poderia ser pensado para atender essa população", explicou o consultor.(MA)
Quiosques de volta ao calçadão
Existe a possibilidade de que as bancas retornem ao calçadão de Londrina. A discussão foi retomada neste mês. Segundo o diretor de projetos do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), Humberto Carneiro Leal, o projeto inicial dos quiosques foi entregue ao prefeito Alexandre Kireeff (PSD) e vereadores na última sexta-feira (31). Segundo Leal, a proposta deve ser discutida, em breve, também com a Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil)."Inicialmente, a proposta prevê a instalação de 11 a 13 quiosques, com três tipos de modelos. Já temos um desenho básico, mas tudo isso ainda deve ser discutido", explicou. Além de bancas, os quiosques devem ser ocupados por floriculturas e cafés/lanchonetes, que serão padronizadas. Não está descartada a ampliação do projeto para outras áreas da cidade como o Zerinho e o Bosque Central.Em setembro, Kireeff já havia defendido o retorno dos quiosques, afirmando que limitar o calçadão ao fluxo de pedestres implicaria em não utilizar o espaço em sua plenitude. Na ocasião, ele também comentou que o processo licitatório para a instalação dos espaços será aberto logo após a análise do projeto do Ippul.
Bancas e comércios varejistas de jornais e revistas
Londrina 54 comércios de jornais e revistas, média de um estabelecimento para 9.954 moradores
Maringá 48 bancas de rua, média de uma banca para 8.036 moradores
Curitiba 188 bancas de rua, média de uma banca para 9.834 moradores
Fontes:Estimativa de 2013 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Prefeitura
Visitar uma banca de jornal tem se tornado uma prática cada vez menos recorrente. Segundo o Sindicato dos Vendedores de Jornais e Revistas do Paraná (Sinjor-PR), desde 2010, houve uma queda de 40% no número de bancas, revistarias e papelarias existentes em todo o estado. A popularização da internet e a forte concorrência com outros estabelecimentos estão entre os fatores apontados pelos empresários para justificar este quadro.
De acordo com o presidente do Sinjor-PR, Laércio Skaraboto, atualmente, existem cerca de 3,6 mil estabelecimentos do gênero no Paraná (2,4 mil a menos do que em 2010), sendo 860 somente em Curitiba e sua região metropolitana. "Está havendo uma perda do hábito da leitura, principalmente entre os mais jovens. Hoje, o principal consumidor das bancas tem idade entre 30 e 50 anos", explicou.
Em Curitiba, a prefeitura realizou em agosto de 2013 o recadastramento de 188 permissionários de bancas de jornais e revistas. No entanto, 20 empresários não fizeram o procedimento, sendo aberta novas convocações, segundo a assessoria da Urbanização de Curitiba (URBS), responsável pelas bancas nas vias públicas.
LondrinaEm Londrina, não há mais bancas em locais públicos. Segundo a Secretaria de Fazenda, atualmente existem 54 estabelecimentos instalados em espaços privados, três a menos do que no ano passado. Muitas bancas chegaram ao fim após a retirada dos quiosques instalados no calçadão. A medida foi adotada entre 2010 e 2011 na administração do então prefeito Barbosa Neto, durante as primeiras fases de revitalização do espaço.
Um dos jornaleiros que precisou mudar de endereço foi José Tito de Souza, que há 40 anos trabalha no ramo. Ele era proprietário de uma banca que ficava na Rua Piauí, ao lado da Concha Acústica. Com a proibição da Prefeitura, levou o estabelecimento para prédio comercial do outro lado da via.
Apesar das dificuldades, ainda mantém um público fiel. "Hoje muitos deixam pra comprar revistas nos sebos. Além disso, não se vende mais tanto jornal como antes. Apesar disso, estou estabilizado, mas tiveram alguns que quebraram o nariz", afirmou, se referindo aos colegas que abandonaram o negócio.
Segundo o gerente da Distribuidora Integrada de Publicações (DIP), Denis Caetano, Londrina chegou a contar com 25 bancas de rua. "Eu era gerente de outra distribuidora, onde 45% do faturamento era obtido com as bancas. A retirada dos quiosques do calçadão arrebentou com a empresa. Hoje, temos 35 funcionários e precisamos buscar outras alternativas, como entregar publicações em supermercados e lojas de conveniência."
InteratividadeVocê sente falta de bancas de jornais e revistas nas ruas de Londrina?
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