A taxa de desemprego nacional foi de 9% de setembro a novembro de 2015, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgados nesta sexta-feira (19) pelo IBGE. É o pior resultado para o período na série histórica da pesquisa, que tem início em janeiro de 2012 e vem acompanhado de um crescimento de 41,5% no número de pessoas procurando emprego – hoje são 9 milhões de brasileiros à espera de uma vaga de trabalho.
INFOGRÁFICO: Veja a evolução da série de desemprego e renda da Pnad Contínua.
No trimestre de agosto a outubro, a taxa também tinha sido de 9%. No mesmo período de 2014, a taxa era de 6,5%, muito abaixo, portanto, da divulgada nesta sexta-feira pelo instituto. Nos três meses terminados em agosto do ano passado, a taxa era de 8,7%.
Essa piora do emprego tem sido liderada pelo maior número de pessoas dispostas a trabalhar. É uma tendência comum nas crises, quando a menor folga no orçamento faz mais pessoas da mesma família buscarem uma fonte de renda.
Isso fica claro pela força de trabalho (pessoas empregadas ou procurando emprego). Ela ficou maior em 2,1 milhões de pessoas no trimestre até novembro, na comparação ao mesmo período do ano anterior, alta de 2,2%. Nesse grupo de pessoas que passaram a buscar emprego estão jovens ingressando no mercado de trabalho, donas de casa em busca de renda complementar e idosos optando por adiar sua aposentadoria, por exemplo.
O problema é que, com a economia em recessão e sem perspectivas de retomada, o mercado de trabalho não gera empregos para absorvê-los. Pelo contrário, o número de pessoas ocupadas caiu em 533 mil pessoas frente ao trimestre encerrado em novembro de 2014, uma baixa de 0,6%.
Desta forma, o número de pessoas na fila de emprego do país seguiu em crescimento. Eram 2,67 milhões de pessoas a mais de setembro a novembro do ano passado, alta de 41,5% na comparação a mesmo período do ano anterior, somando 9 milhões de pessoas.
Carteira assinada
O número de trabalhadores com carteira assinada continuou em queda no trimestre encerrado em novembro. Eram então 1,1 milhão de pessoas a menos protegidas pela legislação trabalhista, uma baixa de 3,1% frente ao mesmo trimestre de 2014.
O setor que mais cortou empregos foi novamente a indústria. Houve queda de 6,1% no pessoal ocupado no setor naquele trimestre frente a igual período do ano anterior. Isso representa 821 mil pessoas a menos.
Já o rendimentos real dos trabalhadores (que desconta a inflação) foi de R$ 1.899 no trimestre móvel terminado em novembro. Isso equivale a uma perda de 1,3% na comparação com o mesmo período de 2014.
Na comparação com o trimestre móvel terminado em agosto, a queda foi de 0,7% na renda real. Em ambos os comparativos, há estabilidade estatísticas na avaliação do IBGE.
A Pnad Contínua é a pesquisa mais abrangente de emprego do IBGE. Ela vai substituir a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), que tem sua última coleta prevista para fevereiro, com divulgação dos dados em março próximo.
A Pnad Contínua visita cerca de 211 mil domicílios no país ao longo do trimestre, com aproximadamente 2 mil entrevistadores envolvidos todos os meses.
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