Em um movimento que vem se repetindo nos últimos anos, o número de trabalhadores domésticos diminuiu no mês passado. A redução foi de 10,6% na comparação com setembro de 2012, mostram dados da Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feita em seis regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre).
Foram 164 mil trabalhadores a menos na atividade. "A tendência tem sido notada nos últimos dois a três anos com a melhora da escolaridade da população e novas oportunidades de emprego em outros setores, como serviços e comércio", afirma Adriana Beringuy, economista do IBGE.
Para a especialista, a maior parte das pessoas que permanecem exercendo a atividade são mulheres mais velhas, que não tiveram melhora no nível de escolaridade. De acordo com o IBGE, 30,6% dos domésticos tinham 45 anos ou mais em 2003, percentual que subiu para quase metade do total neste ano (49,6%).
"Os mais jovens têm preferido outras atividades, o que faz com que sejam reduzidos os novos trabalhadores em serviços domésticos. Antes, essa era a opção que tinham de inserção no mercado de trabalho", diz Beringuy.
Além disso, o instituto aponta que, além de mais escassos, os domésticos estão mais caros. O rendimento médio real da categoria aumentou 61,4% entre setembro de 2003 e o mesmo mês de 2013. Já os ganhos dos trabalhadores em geral tiveram alta de 33,6% no mesmo período.
Além da menor oferta, a economista do IBGE justifica o aumento maior da renda dos domésticos "ao salário mínimo, que teve ganhos significativos nos últimos anos".