A alemã Deutsche Boerse está em negociações avançadas para comprar a NYSE Euronext, e a London Stock Exchange (LSE) concordou em adquirir a operadora da bolsa canadense TMX, em um movimento de consolidação de bolsas no mundo todo para ampliar mercados e reduzir custos.
Juntas, a Deutsche Boerse e NYSE Euronext dominariam as plataformas de negociação de ações na Europa continental. As empresas disseram que estimam sinergias de 300 milhões de euros (408,7 milhões de dólares) por ano.
O grupo combinado teria sede em Nova York e Frankfurt, com os acionistas da Deutsche Boerse ficando com cerca de 60 por cento da companhia combinada e os da NYSE com o restante.
Mais cedo nesta quarta-feira, a LSE disse que irá comprar a TMX, formando a quarta maior bolsa do mundo e o principal centro de negociação de ações de mineradoras e de energia, com 4,1 trilhões de dólares em papéis mudando de mãos por ano.
As operadoras de bolsa estão buscando reter participação de mercado perdida com o advento de plataformas eletrônicas de negociação. Outras bolsas podem enfrentar pressão similar para uma fusão, disseram analistas.
"Essas fusões não acontecem isoladamente. Elas vêm em grupos", disse o presidente-executivo da Caldwell Securities, Thomas Caldwell, em Toronto, que investe em ações de operadoras de bolsas.
Uma bolsa vista como possível alvo de aquisição é a CBOE Holdings, segundo especialistas. As ações da companhia avançavam mais de 5 por cento.
"O próximo passo natural seria a Nasdaq ou o CME Group ou mesmo a ICE assumir a CBOE Holdings", disse o co-fundador do site de informações Optionmonster.com, Jon Najarian, em Chicago.
BM&FBovespa avança
As ações da BM&FBovespa também reagiram em alta ao anúncio de consolidação envolvendo suas pares no exterior.
De acordo com Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Souza Barros, a aliança entre a NYSE e a Deutsche Boerse poderia forçar a BM&FBovespa, uma das maiores operadoras de bolsas do mundo, a acelerar planos de integração com um parceiro, preferencialmente o norte-americano CME Group.
Há um ano, a BM&FBovepsa anunciou ampliação de uma parceria com o CME Group. Na ocasião, informou que iria elevar sua participação no CME Group de 1,8 para 5 por cento.
As ações da BM&FBovespa chegaram a subir 6,2 por cento na máxima do pregão na bolsa paulista e faltando cerca de 1 hora para o fechamento da sessão avançavam 3,5 por cento.
Compradora, LSE também sobe
As ações da LSE subiram após o acordo com a TMX ter sido anunciado, o que é incomum: normalmente as ações dos compradores caem. A valorização sinaliza que a LSE pode ter conseguido fechar um bom negócio, mas também indica que outro potencial comprador pode fazer uma oferta melhor pela bolsa canadense.
Mas alguns profissionais do setor financeiro descartaram a especulação. "Você precisaria colocar dinheiro no negócio e um prêmio, o que exigiria reduções de custos na TMX, algo que os reguladores canadenses não gostariam de ver acontecer", disse um profissional de um banco.
Se o negócio entre LSE e TMX for concluído, o grupo formado terá valor de mercado de 4,3 bilhões de libras (6,9 bilhões de dólares) com base nos preços de fechamento de terça-feira. Os acionistas da LSE teriam 55 por cento da holding.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast