Às vésperas da licitação das licenças para exploração dos serviços de terceira geração no Brasil, a operadora Claro resolveu se adiantar e anunciar sua própria rede 3G. Há dez dias, Brasília, Recife e Fortaleza receberam a banda larga móvel e serviços como a tão celebrada videochamada pelo celular. Mas apenas seis capitais brasileiras receberão o 3G até o fim deste ano e Curitiba não está entre elas. Depois das três pioneiras, foi a vez de Porto Alegre; no início de dezembro, a terceira geração chega ao Rio de Janeiro e a São Paulo.
Antes disso, a Telemig Celular já havia anunciado o lançamento comercial de seus serviços 3G usando a freqüência de 850 megahertz (MHz), a mesma adotada pela Claro, e tecnologia HSPA. A Telemig oferece, em sua área de concessão dentro da região metropolitana de Belo Horizonte, serviços como videochamada e acesso à internet via mini-modem.
Enquanto isso, a Claro também prevê a oferta da chamada com vídeo no melhor estilo Jetsons , além de serviços já existentes que ganham uma turbinada, como o Idéias TV, o Claro Videomaker, o Idéias Music Store e o Vídeo Download.
"O 3G vai trazer inúmeros benefícios para a telefonia e para a sociedade. A banda larga ainda não cresceu no país. Só 6,5 milhões de usuários têm acesso à rede em alta velocidade, e eles estão concentrados nos grandes centros urbanos", diz o presidente da Claro, João Cox.
A tecnologia adotada pela Claro é a WCDMA (ou UMTS), lançada em 2001 e presente em 81 países e 184 operadoras. Assim como a Claro, 80% dessas telefônicas já trabalham com a evolução HSDPA, que dá mais velocidade ao tráfego de dados e propicia, na teoria, até 3 megabits por segundo (Mbps). Dentre as novas possibilidades propiciadas pela nova rede estão, além da videochamada, o videomail, o vídeo on-demand (sob demanda), o vídeo share, o uso do telefone como modem, o download de músicas completas (full tracks), a banda larga móvel, jogos multiplayer e uso de tecnologias mais precisas para localização via satélite. Em breve, devem aportar por aqui serviços de IPTV e jogos multiplayer em tempo real.
"Temos no Brasil mais de 5 mil municípios e não há hipótese de levarmos banda larga para eles sem uma tecnologia sem fio. Nossa banda larga no celular é superior à velocidade de 77% das bandas largas usadas no país", afirma Cox.
Além dos serviços mais velozes via celular, a Claro resolveu apostar nas plaquinhas wireless para conexão rápida à internet. As placas banda larga são de 1 Mbps e de 500 Kbps, dos modelos Huawei E660a e Giant D301 (que custam cerca de R$ 200 no pacote de 1 Mbps). Os preços do acesso 3G serão de R$ 100 ou R$ 70 mensais, dependendo da velocidade, com uso ilimitado.
Planos
Há várias modalidades de planos 3G e eles serão adaptados para cada cidade em que os serviços serão oferecidos. Dentre os planos anunciados para Brasília estão o 3G 80 (custa R$ 76,90 e dá direito a 70 minutos locais, 10 Mb de dados, 10 minutos de videochamada, 10 minutos de Idéias TV, 30 SMS e 30 MMS); o 3G 120 (custa R$ 98,90 e dá direito a 100 minutos locais, 20 MB, 10 minutos de videochamadas, 20 minutos de Idéias TV, 60 SMS e 60 MMS); o 3G 240 (custa R$ 147,90 e oferece 200 minutos locais, 40 MB em dados, 40 minutos de videochamadas, 40 minutos de Idéias TV, 60 SMS e 60 MMS). O plano 3G 600 sai por R$ 236,90 e dá direito a 500 minutos locais, 100 MB inclusos, 100 minutos de videochamadas, 100 minutos de Idéias TV, 200 SMS e 200 MMS; e o 3G 900 custa R$ 323,90 e oferece 750 minutos locais, 150 MB inclusos, 150 minutos de videochamadas, 150 minutos de Idéias TV, 200 SMS e 200 MMS. Lembrando que estes são preços cobrados em Brasília; nas outras praças os valores poderão ser diferentes.
Para o início da exploração das novas redes, a Claro anunciou alguns modelos de telefones celulares 3G, como o Nokia N95, o LG Generation MU500, o Nokia 6120, o Palm Treo 750, o Samsung A706, o Sony Ericsson Z750 e o Sony Ericsson K850. Há muitos outros fabricantes, no entanto, prontinhos para fornecer modelos de celulares 3G, dentre elas HTC e Motorola.
Os preços serão todos subsidiados. Quanto ao preço da videochamada, serão cobrados R$ 0,60 por minuto e o serviço só vai funcionar de Claro para Claro. Depois das licenças 3G, disse o presidente da operadora, pode ser que tenham início negociações para a criação da interoperabilidade de videochamadas entre operadoras.
Mesmo com o lançamento do 3G em 850Mhz, a Claro pretende, frisa João Cox, participar do leilão do 3G da Anatel, que ocorrerá em dezembro. A idéia é adquirir licenças como a de 2,1 MHz, que funcionará no Paraná para a oferta de 3G.