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Não há como negar, o que move o mundo capitalista é a busca por dinheiro. As empresas querem lucros altos e as pessoas, bons salários. Por isso, grandes empresas apostam numa forma de incentivo que mexe com o bolso dos funcionários: o pagamento de bônus. Quem oferece programas de participação nos lucros garante que o efeito é benéfico para todos. De um lado, a empresa tem mais chances de alcançar resultado positivo, do outro, os funcionários trabalham mais motivados e comprometidos. A estratégia serve também para atrair e reter talentos.

Na operadora logística América Latina Logística (ALL), cuja sede fica em Curitiba, existe o Programa de Remuneração Variável (PRV), que já distribuiu mais de R$ 70 milhões desde a fundação da empresa, em 1997. Para 2007 estão previstos R$ 15 milhões aos 5 mil funcionários – se trabalharem direito, claro.

Michele Guimarães, coordenadora de Relações do Trabalho da ALL, conta que existem três formas de incentivo financeiro: o Programa de Participação nos Resultados (PPR), a Olimpíada da Qualidade (campeonatos e maratonas) e o Pool de Bônus. O primeiro é para todo mundo, enquanto o segundo tem edições para as diferentes as várias funções e o último é para os cargos de gerência, supervisão e coordenação. Todos estão atrelados a metas e permitem que o trabalhador ganhe um número maior de salários no ano.

"Um maquinista pode ganhar até cinco salários a mais", exemplifica Michele. Um diretor pode chegar a ganhar até 14 salários extras. Segundo ela, o pagamento do dinheiro é feito em fevereiro, após o fechamento dos resultados do ano anterior. Nesta época o programa é reavaliado e modificado, se necessário. "Vemos o que deu certo e o que foi mais ou menos para adaptarmos", diz. Para ela, este tipo de incentivo é uma das melhores maneiras de motivar o funcionário, que passa a se esforçar para ganhar mais. Além disso, o programa serve como um atrativo quando a companhia precisa buscar gente no mercado de trabalho.

A operadora de telefonia GVT, também sediada em Curitiba, é outra empresa que paga bônus para incentivar seus funcionários desde seu início, em 2000. Segundo Telma Souza, diretora de recursos humanos da companhia, quanto maior a responsabilidade do cargo, maior a chance de ganhar mais bônus. "Um engenheiro que acabou de começar tem 70% do salário fixo, enquanto um diretor tem 50%", conta. As metas são definidas no início do ano e amplamente divulgadas dentro da empresa. De seis em seis meses elas são revistas, e na ocasião os bônus são pagos aos que atingiram ou superaram o objetivo. "Um colaborador de nível júnior pode ganhar um salário e meio a mais se atingir as metas, mas pode ganhar o dobro se superá-las."

Na rede de supermercados Pão de Açúcar, com sede em São Paulo, também são várias as modalidades de bônus. Os funcionários podem ganhar até 8 salários a mais se conseguirem conquistar todas as metas. Todo empregado com mais de um ano de casa ganha um décimo-quarto salário no Natal. Diminuir as perdas com produtos podem render até dois salários extras, enquanto datas especiais – Dia das Mães, Páscoa e outras – têm objetivos de vendas, o que pode render mais salários. Também há um prêmio para o gerente e o líder da loja que conquista a melhor performance no ano. Esses ganham uma viagem de 10 dias para Paris, com direito a acompanhante. "Isso gera retenção de colaboradores, tratamento diferenciado com os clientes e sentimento de equipe. As grandes empresas geralmente aliam o incentivo ao resultado", comenta Wilson Toledo, diretor regional da empresa no Paraná.

A administradora de restaurantes industriais Exal, do Paraná, vai distribuir 26% do lucro recorde de R$ 1 milhão, de 2006, aos seus 500 funcionários. O diretor-presidente, Roberto Costa de Oliveira, acredita que há um aumento na produtividade com o incentivo, que existe desde o surgimento da empresa, há 15 anos. "O programa é distribuído a partir de uma equação que contempla satisfação do cliente pela produtividade do restaurante", explica.

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