O Brasil é o império da tevê de tubo

As antigas telas de tubo, que utilizam raios catódicos e também são chamadas de CRT, ainda são as mais vendidas no território nacional. Para a maioria da população, o preço das telas de LCD e plasma ainda é proibitivo.

O próprio tamanho das telas finas, cujo tamanho mais comum é de 32 polegadas, inviabiliza o uso do aparelho em espaços pequenos. E pelo preço de uma tela de 32 polegadas, o consumidor consegue levar para casa 2 tevês de 29 polegadas.

"Aqui no Brasil o tubo é a base do mercado. É o problema do poder aquisitivo", afirma Caio Ortiz, vice-presidente de marketing da Semp-Toshiba. Segundo ele, a empresa – que já vendeu mais de 17 milhões de televisores no Brasil – não abrirá mão do tubo tão cedo. "No resto do mundo, o tubo representa 10% do mercado. Por isso, algumas gigantes desistem do produto. Localmente, não faz sentido deixar essa importante fatia do público abandonada", afirma Ortiz, que complementa: "Tevê é como carro. Todo mundo quer um, mas nem todo mundo pode comprar uma Ferrari. É a mesma coisa com a escolha entre tubo e LCD."

Algumas empresas que abandonaram a fabricação de televisores de tubo estão investindo em linhas populares de LCDs. Hoje, é possível encontrar no mercado telas de 14 polegadas widescreen HD por R$ 500. Não é um espetáculo de aparelho, mas, para quem tem o sonho de consumo de ter uma tela fininha em casa, é um bom começo.

A multinacional AOC, de origem chinesa, aposta na venda de produtos mais acessíveis, com ênfase na qualidade. "O pobre gosta de coisa boa", afirma Alberto Nairo, diretor comercial da AOC Brasil.

Pensando nisso, a empresa oferecerá garantia de 4 anos para todos os seus produtos, uma prática que ficou célebre nos anos 1980, em que fabricantes ofereciam garantia até a próxima Copa do Mundo. Um dos objetivos da AOC é oferecer inclusive telas iluminadas por LEDs em formatos pequenos até o final do ano.

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Leia antes de trocar

Defina necessidades e espaço antes de trocar aparelho. Chegada a hora de trocar de televisão, é preciso levar em conta desde as necessidades da família até o espaço físico disponível na sala. Confira as dicas abaixo para decidir pelo modelo ideal.

Antes de sair

Antes de ir à loja escolher uma tevê, é importante saber que tipo de aparelho você precisa – a que melhor se adapta aos hábitos e necessidades da casa. Para isso, é necessário resolver primeiro algumas questões fundamentais, como as principais mídias a serem usadas, ou qual será a importância do aparelho dentro da casa – se ele vai ser o principal televisor da família ou apenas um complemento. Tamanho é importante para a tevê principal, mas também é um fator encarecedor. Para a exibição de vídeos em alta definição, principalmente no caso do blu-ray, uma tevê full HD é indispensável.

Na sala

É importante levar em conta o espaço destinado à nova tevê, até para não correr o risco de comprar um aparelho que não cabe na sala. Os aparelhos de tela fina praticamente não exigem espaço em profundidade, mas cobrem uma área bastante ampla horizontalmente – um rack pode ser mais eficiente do que uma estante. Afixar a tevê na parede também é uma boa solução, que economiza espaço, além de proporcionar melhor ângulo de visualização. Alguns modelos já são preparados para uso com suporte externo adicional, que é comprado separado da tevê ou dado como brinde.

Cineminha

O widescreen se tornou o padrão de transmissão no mundo, mas no Brasil ainda é restrito (jogos de futebol, filmes em horário nobre, novela das oito). É importante perceber que Full HD é diferente de widescreen – para ser considerado wide, basta que o vídeo tenha formato 16:9, mas ele só pode ser chamado de alta definição se a resolução for, no mínimo, 720p. O ideal para as tevês maiores é uma resolução de 1080p (1920x1080 pixels), mas até 42 polegadas, 720p ou 1080i ainda dão conta do recado. O áudio também é importante, e aparelhoss com subwoofer integrado saem em vantagem.

Na instalação

Depois de decidir onde a tevê deve ficar, são os outros aparelhos eletrônicos em sua órbita que exigem espaço. Tenha certeza de quantas entradas e saídas você vai precisar antes de escolher a tevê, para que nada fique desligado. Conexões A/V tornaram-se tão comuns que as novas tevês chegam a ter mais de 3 entradas diferentes, mas para maior qualidade de áudio e vídeo, prefira a conexão HDMI. Salas espaçosas podem tornar a compra de um home theater quase indispensável; para ambientes menores, um subwoofer adicional (ou integrado) é mais que suficiente.

Fato e ficção

As telas de plasma ainda são malvistas pelo público consumidor no Brasil, principalmente devido ao lançamento precipitado da tecnologia. Inicialmente as tevês de plasma tinham preço muito alto e tecnologia bastante inferior àquela encontrada nos modelos atuais. Hoje, o plasma é equivalente ao LCD na exibição de imagens em movimento rápido – como em esportes e jogos de videogame. O LCD ainda tem resposta melhor em imagens estáticas e games antigos e é ideal para quem pretende ligar o computador à tevê. As TVs chamadas de LED, na verdade, possuem apenas iluminação LED sob um painel LCD similar ao de outros modelos. A tecnologia Oled, apresentada no final de 2008, promete enterrar o LCD. Mas isso não deve acontecer tão cedo – o primeiro aparelho Oled disponível comercialmente é uma tevê portátil da Sony, de apenas 11 polegadas e preço salgado. A empresa japonesa, assim como a LG e Samsung, prometem novos modelos ainda em 2010.

Para gravar

Modelos mais novos permitem conectar um HD externo ou pen drive ao aparelho, em muitos casos eliminando a necessidade de um DVD player. A função transforma a tevê em uma central de mídia, capaz de reproduzir músicas em MP3, exibir imagens em apresentação de slides e até clonar o que aparece na tela do computador. Mas além de reproduzir mídias digitais, televisores com a função de pausa ao vivo também são capazes de gravar programas de televisão em um HD (externo ou não), permitindo que o espectador interrompa, por exemplo, uma transmissão ao vivo e depois continue a assistir do ponto em que parou. A função é inspirada em aparelhos como o Tivo (nos EUA), e foi recentemente incorporada aos receptores digitais de tevê por assinatura da Sky (Sky+) e Net (Net Digital). Os vídeos são armaze­­nados em compactação MPEG, e a única limitação é o tamanho do HD. No Brasil, a LG é a primeira marca a dis­­ponibilizar as tevês, ven­­didas sob a marca Time Machine (HD inte­­grado) ou Time Ma­­chine Ready (com entrada USB).