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olhar estrangeiro

“O Brasil estragou tudo?”, pergunta revista

Visões diferentes: em novembro de 2009, Brasil decolava... em setembro de 2013, entra em parafuso, na capa da Economist | Fotos: Reprodução
Visões diferentes: em novembro de 2009, Brasil decolava... em setembro de 2013, entra em parafuso, na capa da Economist (Foto: Fotos: Reprodução)

De um foguete que apontava para o alto para uma aeronave desgovernada nos céus. Essa é a comparação feita pela capa da revista britânica The Economist ao tratar da evolução do Brasil nos últimos quatro anos. A edição distribuída na América Latina, que chega às bancas neste fim de semana, tem na capa uma imagem do Cristo Redentor fazendo piruetas no céu do Rio de Janeiro com a pergunta: "Has Brazil blown it?". A questão pode ser traduzida como "O Brasil estragou tudo?". Ela contrasta com uma capa da edição global da revista, em novembro de 2009, que sentenciava: "O Brasil decola".

A reportagem especial de 14 páginas sobre o Brasil é assinado pela jornalista Helen Joyce, correspondente da revista no país. "Na década de 2000, o Brasil decolou e, mesmo com a crise econômica mundial, o país cresceu 7,5% em 2010. No entanto, tem parado recentemente. Desde 2011, o Brasil conseguiu apenas um crescimento anual de 2%. Seus cidadãos estão descontentes – em julho, eles foram às ruas para protestar contra o alto custo de vida, serviços públicos deficientes e a corrupção dos políticos", diz a revista. "Pode Dilma Rousseff, a presidente do Brasil, reiniciar os motores?", pergunta a publicação.

Nem tudo, entretanto, são críticas. A Economist elogia a pesquisa em biotecnologia, ciência genética e tecnologia de gás e petróleo em águas profundas. Além disso, a revista lembra que, apesar dos protestos populares, o Brasil "não tem divisões sociais ou étnicas que mancham outras economias emergentes, como a Índia e a Turquia".

A visão foi tida como exagerada por autoridades no país e fora dele. "O Brasil passou por uma fase de grande sucesso, em que era moda. Havia algum exagero. Agora estamos indo para o extremo oposto", opinou Paulo Nogueira Batista, diretor executivo do Fundo Monetário Internacional para o Brasil e outros países da América Latina.

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