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Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração do Grupo Gerdau | Wilson Dias/ABr
Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração do Grupo Gerdau| Foto: Wilson Dias/ABr

O empresário Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração do Grupo Gerdau, diz que é difícil saber se a crise nos mercados financeiros está próxima do fim. Mas, em entrevista ao repórter Heliberton Cesca, ele disse acreditar que o Brasil tem capacidade de enfrentar um cenário de maior recessão. Gerdau, porém, critica a posição que a presidente Dilma Rousseff tem adotado internacionalmente, ao sugerir a manutenção de mercados internos fortes para não diminuir o consumo e evitar uma recessão maior na economia mundial – segundo ele, o que vale para o Brasil não vale necessariamente para os países desenvolvidos.

A presidente Dilma Rousseff critica o corte de gastos na Europa e defende que os europeus adotem medidas de fortalecimento do consumo, como fez o Brasil em 2008. Como o senhor vê essa iniciativa?

Eu diria que não existe uma forma única. Se você toma mercados como o do Brasil ou da América Latina, vê um potencial de crescimento enorme. Em países totalmente desenvolvidos é mais complexo, já que não há carências de atendimento de necessidades absolutas como nós ainda temos aqui. No Brasil, qualquer medida de aumento ou redução de impostos tem repercussão certa. Coisa que em outros países, altamente desenvolvidos, é mais complicado. Eu diria que a estratégia adotada pelo Brasil [em 2008] foi perfeita, para o Brasil. Dar opiniões de longe para economias de outros países é relativamente complexo. E o Brasil entrou nisso porque tinha empréstimos compulsórios muito fortes. Podia usar o excesso de compulsório, que nenhum outro país tem. Tem peculiaridades quer lhe dão muita flexibilidade, que fazem com que ele possa enfrentar a crise com folga financeira. A Grécia, por sua vez, praticamente esgotou sua capacidade de endividamento e, por isso, precisou do apoio do resto da Europa. Eu acho que a Europa está trabalhando para evitar qualquer risco maior.

O senhor acredita que a crise já atingiu o fundo do poço?

A gente nunca sabe. Tem fatores psicológicos... É difícil dar uma resposta para isso.

As previsões para os próximos anos indicam que o Brasil vai crescer de 3% a 4% ao ano. O senhor acha isso factível?

Dentro do cenário atual, é possível. Se o cenário piorar muito, nós vamos estar bem financeiramente, mas a demanda de nossas commodities depende do mercado mundial. Tem de acompanhar dia a dia para ver como vai ser.

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Montar iPad vale a pena?

As fábricas que a Foxconn pretende construir no país causam frenesi no governo federal e nos estados que disputam o investimento, entre eles o Paraná. Mas qual é a razão para tamanha fixação? A pergunta é do economista Mansueto Almeida, que trabalha no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do governo federal. Em texto publicado em seu blog, ele diz não entender por que os governos estudam dar tantos incentivos para trazer ao país a montagem do iPad.

Mansueto cita um estudo segundo o qual apenas 3% do valor adicionado (o lucro bruto) do iPad fica na China, onde é fabricado. A maior parte (56%) vai para a Apple. "Seria bom para o debate que o governo divulgasse um estudo completo dos custos e benefícios de incentivar com recursos públicos a expansão da Foxconn no Brasil", diz Mansueto. Ficar com 3%, diz ele, não parece ser uma boa.

Por falar em Foxconn...

...é bom o Paraná começar a se conformar. A dica é de quem acompanha de perto as negociações sobre a nova planta da Foxconn: a chance de a unidade vir para Maringá é mínima, para não dizer inexistente. A unidade deve se instalar mesmo em Minas Gerais, terra do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.

Empreendedorismo

Começa nesta segunda-feira a quinta edição da Semana da Pequena Empresa do Sebrae-PR. Com o mote "Uma semana estratégica para seus negócios", a instituição promove palestras, sempre às 19h30, cada dia em uma cidade do estado, mirando micro e pequenos empresários que querem aprender novas formas de vender e gerir seus negócios. A semana "passa" por Curitiba, Maringá, Pato Branco, Londrina e Cascavel.

Entre as atrações estão o alpinista Waldemar Niclevicz e vendedor do Shoptime Ciro Bottini. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas antecipadamente pelo fone 0800 570 0800. O Sebrae-PR pede a doação de um quilo de alimento não-perecível. Mais informações em www.semanapequenaempresa.com.br.

Gestão premiada

O modelo de gestão de pessoas do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), que edita a Gazeta do Povo, conquistou o terceiro lugar do Prêmio Ser Humano Paraná 2011, que é organizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos do Paraná (ABRH-PR) e foi entregue na quarta-feira. Intitulado Gestão por Competências, o case do GRPCom será tema de oficina do 12.º Congresso Paranaense de Recursos Humanos (Conharh), que será realizado nesta segunda e terça-feira.

Três hidrelétricas

estão na mira da Copel no leilão de concessões que será realizado em 20 de dezembro, uma em Santa Catarina (São Roque, no Rio Canoas) e duas em Mato Grosso (São Manoel e Sinop, no Rio Teles Pires). Elas somam 1,3 mil megawatts (MW), e estão nos planos da Copel para aumentar em quase 40% sua capacidade de geração até 2014, meta revelada em entrevista ao jornal Valor Econômico. Hoje a companhia tem um parque gerador de 4,5 mil MW, sem contar as usinas em construção – Mauá (361 MW), Colíder (300 MW) e a pequena Cavernoso II (19 MW).

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