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Segurança

O dia em que a Casa Branca parou por causa de um tuiteiro adolescente

Tela do Twitter no período em que foi "tomado" pelos hackers: fora de controle |
Tela do Twitter no período em que foi "tomado" pelos hackers: fora de controle (Foto: )

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Estranho, não? Mas era isso – ou coisa parecida – que apareceu na timeline de muitos usuários do Twitter na terça-feira passada. Foi o resultado da maior falha até agora na popularíssima rede de microblogs. Pior: diversas janelas eram abertas, de modo aparentemente aleatório, muitas de­­las com conteúdo pornográfico, e os computadores foram expostos à contaminação por vírus.

O estrago atingiu indistintamente a todo tipo de usuário, chegando até à Casa Branca – a conta da presidência dos Estados Uni­dos, seguida por 1,8 milhão de pes­­soas, esteve entre as afetadas. Sarah Brown, esposa do ex-premier britânico Gordon Brown, que tem mais de um milhão de seguidores, também sofreu com o problema, suportando o vexame de reproduzir links para sites japoneses de pornografia. Além deles, milhares de usuários anônimos também foram afetados. A desordem durou cinco horas, até que a equipe de segurança do Twit­­ter consertou a falha.

O Twitter pediu desculpas na terça-feira aos milhões de usuários. Um dos diretores da equipe de segurança do portal de microblogs, Bob Lord, afirmou que os dados das contas pessoais não fo­­ram afetados.

O incidente, que para muitos ganhou status de catástrofe, foi provocado por um australiano de 17 anos. Na quarta-feira, um dia de­­pois do ocorrido, Pearce Del­phin, que tem uma conta no Twit­­­ter com o pseudônimo @zzap, reconheceu ter encontrado uma falha na segurança e usado em mensagens. Ela foi aproveitada por hackers, que usaram o mes­­mo código para espalhar o caos.

Delphin, que mora em Mel­bourne com os pais, introduziu um código Javascript como texto normal em uma mensagem. O comando desencadeava a abertura de sites apenas com o ato de passar o mouse sobre o texto, sem a necessidade de clicar nos tweets. Os hackers aproveitaram a ideia e usaram o código para redirecionar os usuários para páginas pornográficas ou criar tweets que eram repetidos a cada vez que eram abertos. "Fiz isso apenas para ver se era possível fazer, para ver se o código Javascript podia ser utilizado em um tweet", contou o jovem à agência de notícias AFP. "Ao enviar meu tweet, nunca imaginei que isto poderia acabar assim", completou.

Como se tratava de uma falha ligada ao próprio site do Twitter, quem usava aplicativos como o Tweetdeck ou outros não teve dificuldades. O problema foi a velocidade com que a praga se alastrava. "Foi como lutar contra uma bola de neve, estava fora do controle", disse Ray Dicken­son, diretor de tecnologia da empresa de segurança Safe­Central.

Para o Twitter, não poderia haver momento pior para um desastre épico como esse. O erro ocorreu em meio à expectativa quanto à mudança da interface do Twitter, que deve entrar no ar gradativamente para todos os usuários. A nova página vai exibir fotos, vídeos e outros dados na própria timeline.

A mudança de­­ve melhorar a ex­­periência de uso do site, e também es­­pera-se que ela o faça mais atraente para os anunciantes. Apesar de ter qua­­se 200 milhões de usuários, o Twit­ter ainda não conseguiu definir uma es­­tratégia clara para trans­­formar tanta popularidade em lucros.

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