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O Facebook vai socializar o lucro?

Página de entrada do Facebook exibe caracteres chineses, em Hong Kong: valor de US$ 100 bilhões | Anthony Dickson/AFP
Página de entrada do Facebook exibe caracteres chineses, em Hong Kong: valor de US$ 100 bilhões (Foto: Anthony Dickson/AFP)

O Facebook aumentou ontem o preço que pretende cobrar por suas ações ao entrar na bolsa de Nova York. Os papéis custarão entre US$ 34 e US$ 38 – o intervalo sugerido pela companhia inicialmente era de US$ 28 a US$ 35. Se sancionado pelos investidores, o preço dará à companhia um valor de mercado superior a US$ 100 bilhões.

A estreia do gigante das redes sociais Facebook na bolsa de Nova York está marcada para a sexta-feira. Já antecipada como uma das maiores ofertas públicas iniciais da história do mercado de capitais, a operação representa uma aposta segura para os pioneiros da empresa mas para outros, como os publicitários e mesmo investidores, o panorama é incerto.

O diretor geral da empresa, Mark Zuckerberg, de 28 anos, reservou para si 57,3% dos papéis com direito a voto – ou seja, conserva o poder absoluto sobre o destino do portal. Como acionista majoritário, pode se tornar ainda mais rico rapidamente: alguns analistas preveem que cada ação aumentará a US$ 44 e até US$ 46 a curto prazo. Essa previsão, entretanto, é colocada em dúvida por outros especialistas, que esperam uma queda acentuada nos preços.

As perspectivas de evolução do volume de negócios são motivo de polêmica. No primeiro trimestre, o site lucrou US$ 1,06 bilhão, o que representa um aumento de 45% em um ano. Mas, com relação ao quarto trimestre de 2011, os lucros por usuário recuaram 6%. Cerca de 85% das receitas do site vêm de publicidade e um em cada sete minutos transcorridos online são dedicados ao Facebook. Isso permite prever uma ampla margem de alta.

Ineficiente

O mercado publicitário dos Estados Unidos teme que suas possibilidades de fazer negócio com a empresa não se multipliquem tão rápido como gostaria. "Apesar de o Facebook conseguir se adaptar para satisfazer seus consumidores, foi ineficiente com os publicitários", disseram Nate Elliott e Melissa Parrish, do escritório de marketing Forrester, ao lembrar a sucessão de modelos publicitários experimentados durante os últimos cinco anos. "Gostaríamos de prever que a entrada na bolsa representa um novo começo para a oferta publicitária do Facebook e que novos esforços para lidar com os grandes os incentiva a dedicar os anunciantes metade da atenção que presta aos internautas", acrescentaram. "Contudo, duvidamos que Zuckerberg acorde de repente com o gosto ou inclusive a compreensão da publicidade", disseram Elliott e Parrish.

"A única razão que pode motivar uma empresa a entrar na bolsa, é arrecadar fundos para se desenvolver", disse o analista Tim Bajarin da Creative Strategies. "Pelo menos, o público em geral sabe que a entrada na bolsa significa que o Facebook terá os recursos para fazer mais coisas", com os cerca de US$ 5,6 bilhões que poderia ganhar na operação, sem contar outros US$ 5 bilhões que irão para acionistas vendedores.

O site faz todo o possível para se adaptar aos novos hábitos de consulta, com aplicativos compatíveis com aparelhos portáteis, e alguns estimam inclusive que a entrada da rede social na bolsa poderia permitir o desenvolvimento de um "telefone Facebook". "Apesar de a empresa ainda não ter desenvolvido capacidades publicitárias nos celulares, prevemos que o Facebook dedique uma grande quantidade de gastos com publicidade em celulares nos dois anos" seguintes, afirmaram os especialistas do gabinete de análise financeiro Morningstar.

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