Com a chegada das festas de fim de ano e do 13.º salário no bolso da população, as lojas ficam cheias de gente querendo comprar e, às vezes, faltam vendedores e até mesmo produtos nas lojas. Seja para absorver a demanda extra de trabalho desta época, seja para cobrir as férias de outros funcionários, esta época do ano é sinônimo de trabalho para milhares de pessoas. Para suprir esta demanda, a contratação de profissionais temporários nesta época do ano é intensa. A estimativa da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem) é de que 155 mil vagas de trabalho temporário sejam abertas neste fim de ano.

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Enquanto praticamente vinte por cento dos profissionais que serão contratados estarão passando por suas primeiras experiências como profissionais, apenas quinze por cento da força total de trabalho ganhará um registro na carteira. E é um caso desses que eu irei contar a vocês hoje.

Um amigo meu, João, que trabalhou quase vinte anos em uma multinacional alimentícia, era o responsável por, todos os anos, gerenciar essas forças extras de funcionários temporários. Além do planejamento das ações necessárias para a época do ano, ele também tinha um forte apego emocional por estas pessoas. Gostava de, durante o período de vigência do contrato, ficar como uma espécie de "olheiro".

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Observava, durante os dois ou três meses de execução dos trabalhos, as motivações, os comportamentos, as atitudes de quem estava ali. Nos momentos de intervalo, procurava conversar com diversos integrantes da equipe. Mas não fazia isso como se fosse o gestor, fazia como se fosse um deles. Gostava de se sentir parte deles, de estar entre eles, de saber o que pensavam e o que precisavam. Desta maneira, conheceu Juliana.

Ela trabalhava em uma das linhas de produção e, apesar de seu trabalho ser muito braçal e repetitivo, era notoriamente uma pessoa entusiasta. Relacionava-se bem com os colegas e supervisão, era atenta às instruções e informações repassadas, tinha um desempenho muito bom e procurava sempre passar mensagens de incentivo aos colegas. Um dia, ao conversar com ela, João conheceu um pouco mais sobre a sua história. Ela, por motivos pessoais, havia se ausentado do antigo trabalho e, após alguns meses, caiu no desemprego, sem conseguir nenhuma oportunidade de trabalho fixo. Estava numa situação muito difícil e decidiu que aceitaria qualquer trabalho – foi então que entrou como temporária na empresa em que João trabalhava. Quando finalmente conseguiu esse emprego, passou a dedicar-se ao máximo, na esperança que talvez conseguisse uma efetivação.

Dito e feito. João ficou admirado com o desempenho da profissional e decidiu contemplá-la com um belo carimbo na carteira de trabalho. Não era algo que costumava fazer, já que, após o período de alta demanda, o mercado volta ao normal e a maioria dos temporários são dispensados. Entretanto, Juliana se destacou entre os demais, fazendo com que seu superior enxergasse nela potencial e possibilidade de crescimento dentro da empresa.

Não é muito comum, mas aqueles que se dedicam, fazem mais que o trivial e demonstram interesse e potencial, tem chances de ser efetivados. É uma boa alternativa não só para quem está sem emprego, mas também para jovens que estão prestes a iniciar a carreira, por exemplo. Para saber mais, não deixe de ler o artigo de terça-feira. Até lá!

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