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O futuro da centenária Electrolux passa por mais inovação e mais sustentabilidade

Electrolux Curitiba produção
Linha de produção da Electrolux em Curitiba (Foto: Kiko Ferrite)

O que é o futuro para uma empresa centenária preocupada com a sustentabilidade e inovação? A resposta para a Electrolux, fabricante sueca de eletrodomésticos que na América Latina tem plantas no Brasil - Curitiba, Manaus e São Carlos (SP) -, Argentina e Chile, veio por meio de uma pesquisa mundial que ouviu 9 mil pessoas em nove países: mais sustentabilidade.

“As novas gerações estão cada vez mais preocupadas com essa questão”, diz Cris Dúclos, vice-presidente de marketing da Electrolux Latin America. O levantamento constatou que 57% das pessoas ouvidas na América Latina consideram que zero desperdício de alimentos é uma abordagem sustentável em relação à comida.

Outra constatação da pesquisa é que 69% dos latino-americanos afirmam que os cuidados para aumentar o tempo de vida da roupa é uma atitude sustentável. É quase duas vezes a mais do a média mundial. Isto, segundo a executiva, pode estar relacionada a questões econômicas nos países latinos.

O levantamento também constatou que as pessoas estão mais preocupadas com a poluição do ar do que com o ar em casa. Na América Latina, a concentração de poluentes está acima da média recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mas a população em geral - à exceção do Chile - tem pouca informação sobre o tema.

Diante desse cenário, a meta da empresa é a de tornar o negócio neutro e circular, minimizando o impacto ambiental na produção, favorecendo a eficiência energética e dando mais atenção ao ciclo de vida do produto.

Conscientização

A empresa pretende investir 12% da verba de marketing para conscientização e instrumentalização de colaboradores e da sociedade latino-americana sobre desperdício de alimentos, qualidade interna do ar e impacto da lavagem na durabilidade das roupas.

Um dos caminhos é o lançamento de programas de incentivo a startups e pesquisa científica no Brasil, Argentina e Chile para buscar soluções para essas questões. As conversas com as startups já começaram e a Electrolux pretende lançar um edital no primeiro trimestre do ano que vem.  “Pode ser desde itens que a gente vai incorporar nos nossos produtos ou coisas que possam ajudar na multiplicação da informação.”  No Chile, será feita parceria com uma universidade.

Outra estratégia é a expansão do programa Gastronomia Sustentável para Manaus e Rosário (Argentina). Atualmente, ele está em funcionamento em São Carlos e Curitiba, onde capacitou 127 pessoas, das quais 58% estão empregadas. Para 2020, mais 200 pessoas devem ser capacitadas.

A empresa planeja investir 5% do faturamento total na América Latina no desenvolvimento de produtos, serviços e operações que reduzam o impacto ambiental. “Vamos buscar soluções para menor geração de impacto durante o ciclo de vida do produto, incluindo melhor eficiência no consumo de água e energia”, disse a vice-presidente.

Os primeiros produtos com essas características estão chegando ao mercado. Em setembro, a empresa lançou uma nova máquina de lavar roupa que, segundo ela, possibilita 50% menos de desgaste dos tecidos, 35% a menos de desbotamento e economia de 50 litros de água por ciclo de lavagem.

Reaproveitamento de resíduos

Outra estratégia segundo a vice-presidente, é a expansão para todas as fábricas da Argentina, Brasil e Chile de um programa que garanta que os resíduos gerados pela empresa sejam transformados em matéria-prima. E, até 2025, também pretende ampliar em cinco vezes o uso de plástico reciclado na fabricação de produtos. Atualmente, são utilizadas 600 toneladas por ano nesse processo.

A empresa também está se comprometendo a diminuir as emissões de carbono nos produtos, operações e transportes. A meta global é de reduzir 50% do impacto até 2020, comparativamente a 2005. Uma das opções da empresa é a de melhorar a eficiência energética dos produtos, bem como substituir gases com impacto em efeito estufa por gases ambientalmente mais adequados.

Até o próximo ano, a empresa planeja que metade do gasto total de energia das fábricas latino-americanas virá de fontes renováveis de energia. Mas já há unidades que alcançaram esta meta, como a planta de fogões e lavadoras localizada em São Carlos (SP), onde 60% da energia elétrica vem de pequenas centrais hidrelétricas.

O consumo de água também está na mira da fabricante de eletrodomésticos. Por um lado, a empresa pretende diminuir a utilização no processo produtivo em 5% anuais até 2025. Por outro, dentro dos esforços de inovação, serão aplicados mais recursos no desenvolvimento de lavadoras que economizem mais água nos ciclos de lavagem.

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