Onde e quem
Regiões paranaenses que se destacam pela produção de segmentos de confecção:
Apucarana - Bonés
Terra Roxa - Moda Bebê
Londrina - Moda Feminina
Imbituva - Malhas
Cianorte - Jeans Wear
Sudoeste - Moda Masculina
Curitiba - Multisegmento
Fonte: Sebra PR e Fiep.
A cada ano, a moda paranaense ganha mais destaque no cenário nacional o Paraná já é o segundo maior pólo de confecção em volume de produção, ficando apenas atrás de São Paulo. Uma prova desse bom desempenho é o balanço do show room de negócios da segunda edição do Paraná Business Collection, evento que aconteceu esta semana e reuniu 36 marcas em Curitiba. Segundo o Sebrae/PR e o Sistema da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), organizadores do evento, foram movimentados R$ 4,5 milhões em negócios, fechados e prospectados 80% a mais do que na primeira edição. "A estratégia é que, a cada ano, o volume de vendas aumente e que as indústrias consolidem a sua marca", diz o coordenador estadual da área de vestuário do Sebrae, Edvaldo Pires Corrêa.
O estado está no quarto lugar no ranking nacional de participação do PIB têxtil brasileiro, com 8,17% do total nacional, estimado em US$ 34,6 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Indústria Têxtil e Confecção. Uma das características que ajudaram a moda do Paraná a se consolidar foi a formação de pólos segmentados em cada região. Das 5 mil empresas existentes, quase a metade estão no Norte e Noroeste do estado. Elas confeccionam, principalmente, jeans e moda feminina. Além de indústrias que costuram para grandes marcas, como Levi´s, Fórum e Ellus, o segredo do sucesso de produção é consolidar as marcas próprias. "O lucro volta para a cidade em investimentos e a empresa gera mais recursos e empregos qualificados", diz o consultor do Sebrae em Maringá, Hélvio Saito.
Inovação e qualidade para ganhar mercado
Para vencer a concorrência, nem sempre justa, do mercado chinês, as indústrias do estado investem na qualidade das peças e em pesquisa para desenvolvimento de modelagens e tecidos diferenciados. "Cerca de R$ 550 mil são destinados por ano na capacitação dos empresários, para que ele saiba como atender ao mercado, desde a produção no chão de fábrica até atendimentos personalizados", explica Saito. A Nítido Jeans, está em Cianorte há oito anos e fabrica, em média, 8 mil peças por mês. A empresa investe pesado em detalhes manuais para chamar atenção do varejo. "As pessoas querem uma peça diferenciada. Fiscalizamos o produto final para corrigir falhas e ouvimos o cliente para criar tendências que agradem", diz o gerente comercial da marca, Welington Fernando Lima.
Apucarana, Norte do Paraná, é outro destaque do estado o maior pólo de bonés do Brasil fabrica 4 milhões de peças por mês, e emprega quase 50% da população de 115 mil habitantes da cidade. Segundo o consultor do Sebrae local, José Henrique Martins, existem 150 fábricas divididas na produção de bonés de loja, magazine (contrato exclusivo com determinada rede) e promocionais. "Em um mês, são desenvolvidas, em média, quatro novas coleções, com tecidos e cores que acompanham as tendências da moda". Uma das grifes locais, a Itália Milano, desenvolveu um modelo com abridor de garrafa na aba e conseguiu contrato exclusivo com uma marca de cerveja. "Hoje o boné é um acessório muito usado. Criamos mecanismos para chamar a atenção" diz o sócio-proprietário, Jayme Leonel.
O faturamento do setor de vestuário no Paraná chega a R$ 4 bilhões por ano e gera quase 80 mil empregos. Entretanto, ainda existem desafios a ser vencidos, como a falta de mão-de-obra qualificada. Esta é a maior reclamação dos empresários, de acordo com o consultor José Henrique Martins. "Os pólos exigem muito trabalho manual e já sobram vagas nas indústrias. A maioria contrata sem os critérios que utilizava anteriormente, como exigência de experiência, para não ficar sem funcionário."
Segundo o diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Moda (IBModa), André Robic, a primeira atitude a ser tomada para solidificar a marca é agregar diferenciais. "As pessoas querem comprar um conceito, não somente uma roupa. Investir em novas tendências e em comunicação é fundamental".
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião