Errata
Ao contrário do que foi informado na matéria "O mocó mais caro do mundo", da edição de hoje, a atual administradora do edifício Suite Vollard, não é a Piemonte Construções e Incorporações, e sim a Piemonte Ltda, do Grupo Inepar. A Piemonte Construções e Incorporações não tem e nunca teve qualquer ligação com o empreendimento ou seus responsáveis.
Delegacia investiga pichador que usa internet para divulgar ações
A Delegacia de Ciber Crimes de Curitiba vai investigar um suspeito de pichar inúmeros prédios da capital e depois divulgar fotos das ações em uma página no Facebook. Dono do perfil "Thcapertamaisum Zonaoestecwb", o infrator comemora com outros colegas do "movimento" a pichação em um edifício da zona Oeste da cidade: "Seis litros de tinta foi pouco no pico. Primeiro prédio giratório do mundo. Salve os manos q tava na missão", escreveu o internauta. Segundo a Delegacia, após a formalização da denúncia o próximo passo será a coleta de informações adicionais e o rastreamento do computador que postou a foto, para que a polícia possa chegar até os envolvidos.
Carro suspeito
Um vizinho que não quis se identificar, morador do prédio ao lado, disse à Gazeta ter visto o carro que buscou os pichadores. Ele afirma que um Honda Civic recolheu um grupo de pessoas durante a noite, pouco tempo antes da chegada da polícia. Ele conta também que, logo após a ação dos pichadores, almofadas e itens de decoração tinham sido jogados pelas janelas do prédio. Os moradores acreditam que os artefatos integravam um escritório abandonado da antiga administradora do prédio e um show room desativado de um dos andares.
Em oito anos, o edifício Suite Vollard, no Mossunguê, passou de símbolo da inovação a ícone do abandono. Concebido para ser o primeiro prédio giratório do mundo com andares que se movem independentemente, ele foi lançado em novembro de 2004, mas nunca chegou a ser habitado. No mercado imobiliário, a opinião é unânime: o preço alto impediu a venda das unidades. Vazio, ele se tornou um troféu para os vândalos que marcaram sua fachada esta semana e assumiram a proeza nas redes sociais.
O empreendimento foi criado pela extinta Construtora Moro. Naquela época, os apartamentos (todos com área privativa de 164 metros quadrados) podiam custar até R$ 800 mil, em valores não corrigidos. O valor do metro quadrado equivalia ao dobro da média dos empreendimentos de alto padrão na capital paranaense. O projeto não decolou, apesar dos esforços dos seus idealizadores para difundir a tecnologia, inclusive no mercado internacional. O Suite Vollard nome de uma coleção de gravuras do pintor espanhol Pablo Picasso foi notícia em publicações especializadas em arquitetura do mundo inteiro.
Em meados de 2008, a Spin Buildings, empresa da família Moro criada para administrar o empreendimento, foi em busca de novos parceiros e prometeu relançar o Suíte Vollard, depois de investir um montante de R$ 13 milhões em reformas internas e externas para adaptar a construção aos padrões do mercado.
Apesar da promessa, o relançamento nunca ocorreu. Enquanto isso, um outro tipo de público aproximou-se do local, tirando proveito da localização uma rua de pouco movimento, sem saída. Vizinha do prédio, Odila Kramen afirma que a região do prédio é usada frequentemente como ponto de compra e venda de drogas. "É impressionante como os vândalos conseguem fazer isso no prédio inteiro de uma hora para outra. Até semana passada, somente o último andar do prédio estava pichado", conta.
Ontem, funcionários de uma empresa de segurança estavam fazendo vistoria para conferir avarias. Um deles, que não quis se identificar, afirmou que a atual administradora solicitou vigilância de todo o edifício 24 horas por dia. Até então, não havia qualquer porteiro ou vigilante.
O abandono veio depois de uma sucessão de problemas. O Suíte Vollard esteve para ir a leilão duas vezes, em março e novembro de 2010. Para o leilão, os apartamentos foram avaliados por R$ 2,376 milhões. O valor total de avaliação para o edifício ficou em R$ 26,136 milhões o que faz do empreendimento, provavelmente, o mocó mais caro do planeta.
Colaborou Pedro Brodbeck, especial para a Gazeta do Povo
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