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Produção

Estabilização deve ocorrer em setembro

Na avaliação do diretor da Ceasa em Curitiba, Valério Borba, os custos da produção de ovos são os principais responsáveis pelo cenário de instabilidade nos preços ao consumidor. "Os insumos subiram bastante, desde ração a tudo mais que é preciso para a produção de ovos. O produtor teve certa dificuldade em encontrá-los", diz.

É o que também argumenta o presidente da Associação Paranaense de Avicultura (Apavi) em Postura, Arnaldo Cortez. "No ano passado, tivemos redução de plantel nas incubadoras devido à falta de ração, assim não foi possível que as granjas repusessem o volume de ovos. Tivemos produtor que precisou buscar ração no Mato Grosso", afirma o granjeiro, ao acrescentar que, em contrapartida, o consumo de ovos vem aumentando desde 2009. "Tínhamos um consumo per capita de 143 ovos por ano que passou para 163 ovos por pessoa ao ano", calcula.

Cortez acredita que a produção de ovos se torne mais estável a partir de setembro, quando as granjas estarão preparadas para substituir sua produção. "O reajuste requer mais tempo porque cada pintainha leva em torno de 120 dias para começar a botar ovos, diferente do frango de corte que já está pronto com 45 dias", exemplifica.

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24,17% foi a alta nos preços do ovo de galinha em Curitiba, nos quatro primeiros meses de 2013. Variação nacional foi de 14,18%. A tendência inflacionária também foi verificada no acumulado de 12 meses do IPCA: o avanço no preço do produto foi de 53,1% em Curiitba contra 29,2% no país como um todo.

Embalado pela alta dos preços na alimentação, o ovo de galinha entrou para a lista dos produtos que estão pesando mais no bolso do consumidor curitibano neste ano. Somente de janeiro a abril, o custo do alimento apresentou variação de 24,17% na capital paranaense, enquanto o aumento registrado no Brasil foi de 14,18%. A tendência também foi verificada no acumulado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Curitiba, a alta nos ovos foi de 53,1%, contra 29,2% em nível nacional.

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O tomate e a cebola já tinham inflacionado neste ano – a média nacional no primeiro quadrimestre foi de 72,79% e 71,85% respectivamente, mas não ao ponto de destacar Curitiba entre as capitais brasileiras com maior variação no IPCA. Durante esse período, o tomate chegou a pesar 44,05% a mais no orçamento das famílias que vivem na cidade, enquanto a cebola, 78,39%. Já a alimentação em domicílio teve alta de 15,72% no país, contra 13,51% em Curitiba.

Na cidade, uma caixa com 12 unidades do novo campeão de preços da cesta básica pode ser encontrada na rede varejista com até 73% de variação nos preços. Esta diferença foi verificada junto a 11 supermercados consultados pela reportagem através do serviço de Pesquisa de Preços, disponível no site da Prefeitura de Curitiba. As caixas de ovos mais baratas custavam R$ 2,59; as mais caras, R$ 4,49.

Técnico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o economista Eugênio Stefanelo avalia que esta alta dos ovos pode ser compreendida como um reflexo de uma regulação de mercado encabeçada por produtores do setor granjeiro. Em 2010, recorda ele, houve um excedente de produção e o aumento dos custos de milho e farelo de soja, matérias-primas utilizadas na alimentação das galinhas poedeiras. O preço dos ovos, na época, caiu e foi considerado abaixo dos custos de produção. No atacado, por exemplo, a caixa com 30 dúzias de ovos era vendida por cerca de R$ 40 – hoje é comercializada a R$ 82.

"Houve um reajuste de oferta e demanda, o que sempre acontece depois de grandes produções e baixos preços ao produtor. Ele [o produtor] se recompõe e o consumidor paga a conta", analisa Stefanelo.

O técnico argumenta que os preços estejam mais altos em Curitiba devido à elevação nos custos de frete – a maioria dos produtores é do estado de São Paulo – e de especulações varejistas.

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