A Advent International, empresa de private equity (fundos que investem principalmente em empresas promissoras não listadas em Bolsa), está de olho em novas oportunidades na América Latina, tendo o Brasil como mercado preferencial.
Seu sexto fundo exclusivo para a região acabou de atingir a soma necessária para a sua viabilização, estipulada em R$ 2,1 bilhões, com recursos originários de investidores dos Estados Unidos, Europa, Ásia e África. Como mostra seu histórico, que inclui exemplos participações na Dudalina, Kroton, TCP, Cataratas do Iguaçu S.A. e Dufry, a Advent busca setores diversos. A fase de baixo crescimento pela qual o país passa, aliás, não é problema para Mario Malta, sócio da Advent. Já o Paraná é dono de uma posição de destaque em seu radar, garante o executivo.
Como a Advent vê as possibilidades de investimentos no Brasil considerando a reeleição de Dilma e a expectativa de baixo crescimento?
A indústria de private equity é contracíclica. Quando os mercados de capitais vão bem e atingem picos de atividade econômica, não surgem necessariamente as melhores oportunidades para nós. Então, acabamos nos beneficiando de cenários econômicos que eu prefiro chamar de mais desafiadores. O baixo crescimento é bom para gente.
Do total levantado, qual volume de recursos deve ser investido em empresas brasileiras? Historicamente, mais da metade dos recursos é direcionado ao Brasil. Em seguida, temos uma atuação forte no México e na Colômbia, que eu considero uma espécie de Brasil dez anos atrás. O Chile também mostra um potencial interessante. Nosso fundo é regional, não focado apenas no Brasil. Por causa disso, podemos alocar recursos em diferentes países, considerando as maiores chances de retorno.
Qual a perspectiva para o estado do Paraná? Olhamos sempre com muita atenção para o Paraná. Nossa relação com as empresas paranaenses começou com um aporte na J. Malucelli Previdência, em 2004, e depois auxiliando na abertura de capital do Paraná Banco. Além disso, temos no portfólio o TCP, segundo maior terminal de contêineres do país, e a Cataratas do Iguaçu S.A., administradora de serviços de parques nacionais. E muitos sócios investem em ambas as empresas, o que facilita nosso contato. O Paraná segue em nosso radar.
Quais setores são mais visados? Procuramos focar nos setores em que temos conhecimento mais profundo e nas empresas às quais podemos agregar valor. Temos um histórico com empresas de moda, logística, turismo, serviços financeiros e olhamos muito a área de tecnologia. Outro setor que nos chama a atenção é o de educação. Fizemos um investimento muito bem-sucedido na Kroton, que se tornou a maior empresa de educação do mundo .
E muito acertada, no caso da Kroton, que teve a maior valorização na Bolsa em 2014. Sim, e essa valorização está muito associada ao próprio crescimento da companhia. Quando entramos na Kroton, a empresa tinha 40 mil alunos. Hoje, ela tem 1,1 milhão de alunos e naturalmente aumentou muito suas receitas. Por isso, é fundamental a visão de longo prazo.
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