Demorou, mas chegou. Na próxima semana, os brasileiros vão poder colocar as mãos, de forma oficial, na nova aposta da indústria dos videogames. O Xperia Play, desenvolvido pela Sony Ericsson, tem a difícil missão de ser um elo entre os jogos tradicionais e a febre dos títulos casuais portáteis, como Angry Birds. Um movimento arriscado.
O mercado dos portáteis, é bom ressaltar, passa por um a crise após anos de euforia. O Nintendo DS, lançado em 2004, conseguiu a façanha de se tornar o videogame mais vendido da história, ultrapassado a marca de 150 milhões de unidades vendidas. O concorrente direto também fez bonito. Desde 2005, o PSP teve 60 milhões em vendas. Mas o mundo mudou desde então. Com vendas em queda livre, o 3DS, recém-lançado, ainda não consegui entrar na lista de desejos dos gamers. A Nintendo reagiu derrubando em um terço o valor do produto.
O motivo parece ser a popularização dos telefones inteligentes, principalmente do iPhone, com sua loja de aplicativos baratos. Ao unir utilidade com entretenimento, os sistemas iOS e Android acabaram facilitando a vida de quem só queria matar o tempo com jogos menores e de curta duração. Além disso, o faturamento dos jogos em plataformas não convencionais, como celulares, tablets e redes sociais, vem crescendo ano a ano. Sony, Nintendo e Microsoft, hoje ainda os grandes players, estão vendo o setor se estagnar enquanto empresas como a francesa Gameloft, especialista em se "inspirar" em sucessos dos consoles, e a finlandesa Rovio Mobile, criadora de Angry Birds, lucram cada vez mais.
Convencer o consumidor a carregar mais um equipamento no bolso parece ser uma tarefa árdua nos dias de hoje. Por isso, a Sony decidiu unir os dois mundos, com alguma inovação. O Xperia Play, inicialmente chamado de Playstation Phone nome que fazia todo sentido , traz como principal diferencial um joystick físico especificamente pensado para melhorar a experiência de jogar em um celular. O controle, que desliza por detrás da tela, segue a linha adotada no PSP, com direcionais digitais e analógicos e uma dezena de botões. Quem já tentou se aventurar por jogos mais acabados utilizando apenas as telas sensíveis ao toque sabe como a notícia é bem-vinda.
Dentre as funções de videogame, o celular da Sony será compatível com os títulos do PSone, do Android e desenvolvidos especialmente para a plataforma. Sete jogos variados já saem embarcados com o aparelho: FIFA 2010, Madden NFL 11, Bruce Lee: Dragon Warrior, Tetris, Star Battalion, Crash Bandicoot e Asphalt 6: Adrenaline.
Como celular não há muito o que se dizer. Virá com sistema operacional Android 2.3 e custará R$ 1899. Segundo a Sony, não haverá qualquer tipo de bloqueio, o que tornará o aparelho, que está sendo fabricado no Brasil, compatível com todas as operadoras. A Sony aposta em duas frentes para se manter no topo. Caso seu híbrido não tenha um bom desempenho nas prateleiras, ainda atacará com o PS Vita, a ser lançado no começo do ano, que é basicamente um videogame portátil, mas trará as funções de celulares, como o 3G.