
Os pequenos investidores estão cada vez mais poderosos. É o que se deduz a partir de dois dados divulgados na semana passada pela BM&FBovespa e pelo Tesouro Nacional. Segundo a Bovespa, a maioria dos investidores com conta ativa na bolsa opera há menos de dois anos e tem menos de R$ 75 mil aplicados. Desses, metade faz aplicações mensais inferiores a R$ 2 mil. Já o Tesouro Nacional divulgou que 52% das pessoas que aplicaram no Tesouro Direto têm valores inferiores a R$ 5 mil.
No caso da BM&F Bovespa, os dados foram recebidos como mais um sinal de que a meta de ter 5 milhões de investidores até 2015 pode ser alcançada atualmente 598 mil pessoas têm cadastros ativos na bolsa. Percebendo essas tendências, novas medidas estão sendo tomadas para ampliar esse processo de popularização. Segundo o diretor de fomento de negócios da BM&FBovespa, Verdi Monteiro, entre eles está a redução dos valores mínimos para investimento em ETFs, sigla para Exchange Traded Funds, ou Fundos Negociáveis em Bolsa. Os ETFs são fundos de investimento que simulam as carteiras de índices como o Ibovespa e outros. São duas vantagens: as taxas praticadas são inferiores aos fundos de ações tradicionais e eles permitem que, comprando um único papel, o investidor tenha uma carteira balanceada, sem expor-se demasiadamente a nenhuma companhia.
Outra providência que está sendo tomada pela Bovespa é a redução dos custos fixos cobrados das corretoras, o que permitirá a estas baixar as taxas cobradas dos seus clientes. Para que a meta seja alcançada, é preciso "falar a linguagem da poupança", afirma Paulo Portinho, gerente-geral do Instituto Nacional de Investidores (INI). Ou seja: tornar para o cliente a operação com ações tão simples quanto a caderneta de poupança, forma de aplicação mais popular do país. É um desafio, já que há tantas diferenças entre as duas.
Portinho considera que aplicar pequenas quantias é a melhor estratégia de investimento em ações. "Quando você pega sua poupança de R$ 5 mil e coloca tudo na bolsa, comporta-se como um jogador. Ao investir R$ 50, R$ 100 por mês, se beneficiará do crescimento da economia brasileira sem se preocupar se entrou no melhor momento." O "método INI" de investimento, pregado pela instituição, sugere aportes pequenos, mas contínuos, em que a disciplina conta mais do que os sistemas complexos de análise gráfica usados por muitos investidores.
Tesouro
O Tesouro Direto que é o sistema de venda direta de títulos públicos federais via internet bateu um recorde em julho. Ao todo, foram vendidos R$ 267,8 milhões em títulos, um valor nunca antes atingido. O recorde anterior era de R$ 259 milhões, atingidos em outubro de 2008. O número total de investidores cadastrados chegou a 197.144, um crescimento de 20,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
O Tesouro Direto vende atualmente cinco tipos diferentes de papéis. O líder isolado nos negócios em julho foi a Letra do Tesouro Nacional (LTN), um título prefixado. As vendas de LTNs somaram R$ 112,7 milhões, 42% do total. A NTN-F, também prefixada, respondeu por 7,6% das operações. Papéis indexados ao IPCA (categoria que inclui a NTN-B e a NTN-B Principal), que pagam ao investidor a variação da inflação mais um porcentual, somaram 37,5% das operações. A LFT, que é indexada à taxa Selic, teve 12,7% dos negócios.
Brasil não faz “lição de casa” e fica mais vulnerável às tarifas de Trump
Com fim do prazo de defesa de Bolsonaro, como vai andar processo do suposto golpe no STF? Acompanhe o Entrelinhas
Lula seguirá o caminho de Dilma? O que há de similar e diferente nos dois governos
“Derrotamos o bolsonarismo” e outras frases que colocam em dúvida a isenção dos ministros do STF
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast