Agora é só esperar. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu o sinal verde à corrida pela terceira geração de celulares, a 3G, na semana passada, ao publicar o edital do leilão das freqüências que abrigarão o novo serviço. No dia 18 de dezembro, data da licitação, serão conhecidas as operadoras nacionais que poderão operar a solução. Todas as grandes empresas do setor leia-se Vivo, TIM e Claro já demostram interesse em adquirir os espectros que permitirão tráfego de dados em alta velocidade na rede celular e, por conseqüência, serviços extras aos clientes como banda larga móvel, teleconferências e, mais adiante, programação televisiva exlusiva para aparelhos móveis.
De acordo com o documento da Anatel, a licença mais cara para a operação da 3G é a da área em que a telefonia fixa é atendida hoje pela Brasil Telecom nas regiões Sul e Centro-Oeste e nos Estados de Tocantins, Rondônia e Acre. A maior faixa nesta região, de 30 megahertz (MHz), custará no mínimo R$ 341,2 milhões, e as outras três faixas, de 20 MHz, custarão cada uma R$ 227,4 milhões.
Pela lógica de que o mais interessado paga sempre mais caro, pode-se antecipar que a Claro tem grandes chances de ser uma das primeiras operadoras de terceira geração no Paraná. A empresa controlada pela mexicana América Móvil, de Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, anunciou na semana passada investimentos locais de R$ 2 bilhões em um ano. Para reforçar, o presidente da Claro, João Cox, era um dos executivos mais entusiasmados com a chegada iminente da 3G na última edição do Futurecom, o maior evento de telecomunicações do Brasil, no começo do mês.
Por determinação da Anatel, quem comprar freqüências na Grande São Paulo (por no mínimo R$ 111,83 milhões) terá obrigatoriamente que levar faixas nos estados do Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão e Roraima. A agência fez essa vinculação para evitar que esses estados, menos atraentes do ponto de vista econômico, ficassem sem cobertura. Nesse lote, a freqüência de 30 MHz teve valor fixado em R$ 167,75.
Vínculos
A Anatel vinculou a venda das freqüências à obrigação de levar o serviço de telefonia móvel para cidades do interior, o que garantirá a cobertura em todos os municípios do Brasil até 2010. As empresas ganharão uma espécie de desconto por conta dessas obrigações. O preço total das licenças poderia ser até 42% maior caso não fosse exigida cobertura.
Segundo o edital, as empresas são obrigadas a cobrir todos os municípios com menos de 30 mil habitantes em até dois anos depois da assinatura dos contratos, ou seja, até o início de 2010. Além disso, terão que oferecer serviços de terceira geração em 2 anos em todas as capitais e em cidades com mais de 500 mil habitantes; em 4 anos em todos os municípios com mais de 200 mil habitantes e em pelo menos metade dos municípios com mais de 100 mil pessoas; e em 8 anos em 60% dos municípios com menos de 30 mil moradores.