Responsabilidade
Antes de comprar um bichinho, lembre-se:
Ele precisa de espaço para brincar
Será preciso levá-lo para passear
Você terá gastos com alimentação, pet-shop, vacinas, remédios
Filhotes gostam de brincar, e podem destruir alguns itens da casa como móveis, tênis e peças de roupas
Cães e gatos não sabem ir ao banheiro. Você terá de lidar com as "sujeiras" deles
Doença mais comuns em filhotes
Em cães
Cinomose: doença viral que pode afetar o trato respiratório, gastrintestinal e nervoso separadamente, em uma combinação de dois deles ou todos juntos
Parvovirose: segunda virose mais importante em se tratando de diarréia em cães; viremia em 2 a 7 dias pós infecção. A doença é mais severa em ainmais entre 6 a 9 meses de idade, mas ocorre também em animais adultos geralmente não vacinados
Em gatos
Imunodeficiencia felina (FIV): tem período de incubação bastante longo e infecta animais de qualquer idade (principalmente 5 anos ou mais)
Leucemia felina (FeLV): filhotes são altamente suscetíveis; filhos de mães infectadas serão infectados
Peritonite infecciosa felina (PIF): tempo de incubação longo (pode chegar a 2 meses), o que dificulta a prevenção. Afeta principalmente animais de 6 meses a 2 anos e mais de 11 anos
Rinotraqueíte viral felina: animais de até 3 meses são mais afetados; afeta o trato respiratório
Fonte: Criadores e veterinários
Transparência ajuda a evitar conflitos
Assim como em qualquer negócio, a boa fé deve reger a relação entre o criador/vendedor e o comprador de um animal de estimação. Para que isso ocorra, não só as informações sobre as condições de saúde do animal devem ser repassadas, mas também as próprias características da raça devem ser explicadas de forma clara e transparente.
"Se é um cão que pula muito, ele pode não ser indicado para quem tem idosos em casa; quem tem crianças pode preferir cães menores", exemplifica a coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano. "Vale a transparência e a boa fé das partes. É importante que o criador ou vendedor informe quais vacinas já foram aplicadas e o calendário das próximas, assim como os cuidados necessários com a alimentação."
Segundo João Ihor Huckzok, do Kennel Clube da Grande Curitiba (KCGC), o criador tem a obrigação de vender os filhotes já com a primeira dose de vacinação, aplicada 45 dias após o nascimento da ninhada. "As doenças mais comuns nos filhotes têm um prazo de incubação de 10 a 15 dias. Se a doença aparece depois desse prazo, o criador já não pode ser responsabilizado", afirma.
A médica-veterinária Mariana Hecke Tramontin, da Clínica Veterinária do Batel, lembra que os filhotes são mais suscetíveis a algumas doenças. "O ideal é que os donos não exponham os filhotes em praças ou lugares com concentração de outros animais antes de completar o ciclo de vacinação", recomenda. Ela vê casos em que os filhotes chegam à clínica com problemas, mas o dono prefere custear o tratamento ao invés de devolvê-lo ao criador. "As pessoas se apegam ao filhote e não querem trocá-lo, por tratá-lo como uma vida e não como objeto", explica.
"Diante de qualquer problema, o ideal é primeiro consultar o criador, e não chegar com a conta do veterinário, o que pode gerar desentendimentos. A conversa é sempre o melhor caminho", diz Huckzok. Ele explica que, mesmo diante de um "problema" grave, entende quando o dono não quer trocar o animal. "Aí entra a ética do criador. As pessoas podem não querer trocar por conta do afeto e o criador chega a dar um novo animal", afirma. O criador cita o caso de um cachorro de seu canil que morreu picado por uma cobra dois meses depois de ser vendido. "Eu vi o dono chorando porque amava o animal e dei outro para ele. Quem cria animais faz isso por paixão, e não apenas visando o lucro." (ACN)
A regra número um para quem compra um animal é a da responsabilidade. Quem leva um bichinho de estimação para casa ou investe em um animal de exposição leva uma vida que deve ser tratada com respeito. Mas quem vende também tem obrigações. E elas estão previstas no Código de Defesa do Consumidor, que prevê prazos de garantia para todas as relações de consumo.
Assim, se o animal morrer logo nas primeiras semanas por causa de uma doença preexistente, o proprietário tem o direito de receber o dinheiro de volta. Além disso, se o bichinho apresentar problemas como doenças crônicas congênitas ou problemas genéticos, o prazo de carência é de cinco anos.
Embora menos comum, essa garantia protege até mesmo quem compra um pinscher (raça de pequeno porte) que acaba "virando um dobermann" (grande porte). Ao menos em tese, o proprietário também tem o direito de trocar o animal, tal como faria com um celular ou computador com defeito.
"Mas aí entra o fator emocional. Não estamos falando de um produto, e sim de uma vida. Até o animalzinho crescer, o proprietário já se apegou e dificilmente aceita substituí-lo por outro. Neste caso, cabe um pedido de indenização por danos morais, já que a frustração com a situação é que gera esse direito", explica a coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano.
Segundo o presidente do Kennel Clube da Grande Curitiba (KCGC), João Ihor Huckzok, criador de cães de raça há 40 anos, há uma diferença entre os chamados "pets" e os animais criados com a finalidade de exposição ou melhoramento da raça.
"No caso dos pets, que têm como única finalidade a companhia, algumas características que seriam consideradas indesejadas para a raça como um rabo torto ou uma mancha na pelagem são toleradas. Mas quem compra o cão com objetivo de colocá-lo na pista [de exposição] tem a garantia genética e pode pedir a substituição do cachorro", explica. "Por isso, existem preços variados e os pets são mais baratos que os cães de pista", completa.
Mas a coordenadora do Procon lembra que o que dá direito a essa "garantia" não é a existência do pedigree (registro de raça) do animal, mas sim o fato de ele ter sido comprado, caracterizando uma relação de consumo.
Lágrimas
A bancária Silvane Souza Pereira passou por essa situação ao comprar um filhote da raça buldogue inglês, com pedigree, em uma feira de filhotes. Ela conta que dois dias após pegar o cãozinho, batizado de Gregor, percebeu que ele apresentava um problema de inflamação nos olhos diagnosticado por um veterinário como prolapso de glândula lacrimal, necessitando de intervenção cirúrgica e uma dermatite na região do abdômen. Segundo ela, o custo da operação, de R$ 500 por olho, a levou a pedir o cancelamento do negócio, com a devolução do cheque de R$ 500, dado como entrada, além de outros quatro cheques pré-datados, totalizando R$ 2,5 mil pelo animal. Mas, segundo Silvane, a criadora teria se recusado a aceitar a devolução do cão. "Ela alegou que o contrato tem uma cláusula que extingue a garantia, porque, antes de assinar, eu teria avaliado que o cachorro estava em boas condições", afirma.
A criadora, Maria Erenice Grebogi, do Canil Bibos Cão, confirma que não aceitou se responsabilizar pelos problemas, que classifica como "um risco inerente à própria raça", mas garante que aceitou desfazer o negócio. "Como criadora, viso em primeiro lugar a satisfação dos meus filhotes", afirma. "O Gregor não tinha nenhuma virose, apenas a glândula estava entupida. Para mim, ela se arrependeu de ter comprado o cão e tentou arrumar motivos para desfazer o negócio", diz.
Silvane, no entanto, diz que toda a situação lhe gerou um grande stress emocional. "Compramos caminha, brinquedos, coleira e ração para o Gregor. A vontade de tê-lo era muito grande, mas não nos preparamos para ter um cão que exigisse cuidados tão especiais. Foi triste devolvê-lo, tanto que não consigo mais pensar em ter outro cachorro no lugar dele", lamenta.
A briga entre criadora e compradora foi resolvida após a devolução dos cheques. Quanto ao Gregor, segundo Maria Erenice, foi vendido a outro casal, manteve o nome, operou os olhos e passa bem.
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